AD consegue mais deputados que PS. Fica a faltar voto dos emigrantes
Aliança Democrática tem mais deputados que PS, mas resultado ficou renhido. Chega mais do que triplica votação face a 2022 e CDS regressa oficialmente ao Parlamento.
As sondagens à boca das urnas apontavam todas para a vitória da Aliança Democrática, mas com pouca distância do PS. Os resultados apurados mostram que o PS seguia nos calcanhares da AD, mas a coligação que juntou PSD, CDS e PPM obteve mais deputados (com a Madeira), ainda que falte o voto dos emigrantes. O Chega consolidou-se enquanto terceira força política e mais do que triplicou as votações face a 2022.
Com todas as freguesias apuradas, a AD, contando os votos da Madeira onde PSD e CDS foram coligados sem o PPM, recolheu 1.810.871 votos (29,49%), obtendo 79 deputados. Já o PS recolheu 1.759.937 votos (28,66%) elegendo um total de 77 deputados. O Chega, por sua vez, tem 18,06% dos votos e 48 deputados, segundo os resultados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.
A Iniciativa Liberal e o Bloco mantiveram o mesmo número de deputados: oito e cinco, respetivamente. O CDS já voltou oficialmente ao Parlamento, sendo que Nuno Melo foi eleito pelo Porto, e a CDU conseguiu manter um grupo parlamentar na Assembleia — ainda que com quatro deputados, menos dois face a 2022 — enquanto o Livre passou de um para quatro deputados.
Já o PAN manteve a deputada única Inês Sousa Real. O ADN, partido cuja sigla terá criado confusão com a AD, obteve cerca de 100 mil votos (o que compara com uma votação de 10 mil votos em 2022), pelo que já terá direito à subvenção pública, mesmo que não eleja nenhum deputado.
Ficam a faltar os votos do estrangeiro, que compõem dois círculos eleitorais: Europa e fora da Europa, que elegem dois deputados cada. Apesar da diferença entre o PS e a AD ser menor do que quatro, os líderes já anteveem que o resultado não vai mudar.
A projeção SIC/ICS-ISCTE dava a AD com 27,6% a 31,8%, o PS com 24 a 28% e o Chega com 16% a 20%. Já a Iniciativa Liberal terá 4% a 7%, segundo esta sondagem, enquanto o BE recolhe 3% a 6% dos votos e o Livre 2% a 4%. Já a CDU estão com projeções entre 1% e 4% e o PAN pode ter de 0,5% a 3%. Tal corresponde a 77 a 89 deputados para a AD, 68 a 80 deputados para o PS e 44 a 54 deputados para o Chega.
Já a sondagem CNN/TVI/Pitagórica apontava para vitória da AD, com 28% a 33% e 79 a 91 deputados, enquanto o PS terá 24,5% a 29,5% e 63 a 75 deputados. Já o Chega projeta-se que terá 16,6% a 21,6% dos votos, o que corresponde a 35 a 47 deputados. A IL, por sua vez, obtém 3,3% a 6,3% dos votos, com 9 a 15 deputados, enquanto o Livre terá entre 2,2% e 5,2%, com 6 a 12 deputados. O BE pode ter 3% a 6% dos votos, com 3 a 7 deputados, à frente da CDU, que terá entre 2,3% a 5,3% dos votos, com 1 a 5 deputados. Para o PAN projeta-se que terá entre 0,8% a 2,8%, com 1 a 3 deputados.
Nas projeções da RTP/Católica, a AD tinha 33%-29% das intenções de voto, enquanto o PS surgia com 29%-25% dos votos. Já o Chega obtém 17% a 14% dos votos e a Iniciativa Liberal de 7% a 5%.
Quanto à sondagem da CMTV/Intercampus, a AD conseguia 27,2% a 33,2% dos votos, correspondendo a 77 a 89 deputados. Já o PS terá entre 23,8% a 29,8%, com 67 a 79 deputados. O Chega projeta-se ter entre 15,6% a 20,6%, o que permitiria ter 42 a 52 deputados, enquanto a IL tem 3,3% a 7,3% dos votos e 6 a 12 deputados.
Nestas projeções, o BE terá 2,7% a 6,7% dos votos, conseguindo 4 a 10 deputados, o Livre: 2,1% a 6,1% com 4 a 8 deputados e a CDU 1,2% a 5,2%, com 1 a 5 deputados. Já o PAN obtém entre 0,5% a 3,5% dos votos, com 0 a 4 mandatos. E o ADN poderá ter entre até 2,9% dos votos, podendo obter um mandato.
Em todas as sondagens, a margem mínima da AD coincidia com a margem máxima do PS. O Livre encontrava-se à frente da CDU em todas as projeções — mas acabaram com o mesmo número de deputados.
Recorde-se que nas eleições legislativas de 2022 o PS conseguiu ter maioria absoluta com 41,37% dos votos, conseguindo 120 deputados. Já o PSD teve 27,67% dos votos e 72 deputados e o Chega obteve 7,18% dos votos e 12 mandatos.
Quanto à abstenção, as sondagens à boca das urnas indicavam que deverá ficar entre 32% e 46,5%. A RTP/Católica apontava para 32%-38%, a SIC/ICS-ISCTE para 35,5%-40,5% e a TVI/Pitagórica para 40,5%-46,5%. A abstenção reduziu-se, sendo que a participação às 16.00 horas já era maior do que o total de 2022.
(Notícia atualizada à 1h55)
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