Gomes Cravinho admite novas sanções da UE ao Irão e a responsáveis pela morte de Navalny
Conselho da UE dos Negócios Estrangeiros discutiu possibilidade de mais sanções ao Irão devido ao fornecimento de mísseis a Moscovo. Bruxelas não reconhece eleições russas como “livres”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, avançou esta segunda-feira a possibilidade de a União Europeia (UE) aplicar novas sanções contra o Irão, pelo fornecimento de mísseis à Rússia, e a 30 indivíduos e duas entidades relacionados diretamente com a morte do ativista político russo Alexei Navalny.
“Falou-se da possibilidade de mais sanções sobre o Irão, relacionado com o fornecimento de mísseis à Rússia, e também da necessidade de se sancionarem 30 indivíduos e duas entidades relacionadas diretamente com a morte de Navalny”, admitiu o chefe da diplomacia portuguesa, que falava aos jornalistas à saída de uma reunião com os seus homólogos europeus, em Bruxelas.
Acerca das eleições na Rússia no fim de semana, Gomes Cravinho salientou que a UE “não [as] reconhece como livres e justas“, acrescentando a “ilegalidade” da votação nas províncias ucranianas ocupadas pelas forças de Moscovo, bem como na Transnístria e nas regiões ocupadas da Geórgia.
“Não devemos dignificar este acontecimento como eleições. Eleições acontecem nos países democráticos, como em Portugal no dia 10 de março. Aquilo que aconteceu na Rússia não tem dignidade para merecer esse nome; as ditaduras sentem necessidade de procurar legitimarem-se internacionalmente e internamente através de exercícios fársicos que procuram simular uma eleição, mas que não têm nenhum tipo de credibilidade“, frisou.
Para o ministro português, o Presidente russo, Vladimir Putin, não saiu mais forte da votação deste fim de semana por ser “um ditador que precisa de eliminar rivais para ganhar eleições”.
Sublinhando, nesse sentido, o entusiasmo europeu pelo fornecimento de munições a Kiev, apelou ao reforço do apoio militar, depois de, na última semana, Portugal ter avançado com uma ajuda, juntamente com a República Checa, para a aquisição de munições, no valor de 100 milhões de euros.
Gomes Cravinho revelou também que o apoio de cinco mil milhões de euros da UE à Ucrânia, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, já está aprovado, mas ressalvou que este não será o último apoio através deste mecanismo.
No encontro – que contou ainda com a presença, por videoconferência, do Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken –, também foi discutido o conflito e a situação humanitária na Faixa de Gaza. “Infelizmente, não há muita unidade na UE na forma como olhamos para Gaza. Mas temos uma fortíssima maioria, onde se inclui Portugal, que mostrou consternação muito grande e uma preocupação profunda pelo que se passa em Gaza”, afirmou.
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