Diplomacia russa diz que sanções dos EUA são “ingerência cínica”
"As novas restrições são mais uma tentativa descarada e cínica de interferir nos assuntos internos da Rússia, [...] de dividir a sociedade russa", diz o embaixador russo nos EUA.
A Rússia descreveu as novas sanções norte-americanas, anunciadas esta sexta-feira, como uma interferência “descarada e cínica”, para dividir os russos antes das eleições presidenciais de março, escrutínio que deverá ser marcado pela reeleição de Vladimir Putin.
“As novas restrições são mais uma tentativa descarada e cínica de interferir nos assuntos internos da Rússia, de nos forçar a desistir dos nossos interesses vitais, de dividir a sociedade russa nas vésperas (…) das eleições presidenciais”, denunciou o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, citado pela agência estatal russa TASS.
Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram hoje centenas de novas sanções para garantir que o Presidente russo, Vladimir Putin, “pague um preço ainda mais elevado” pela repressão a opositores e pela invasão da Ucrânia. “Se Putin não pagar o preço pela morte e destruição que está a causar, vai prosseguir”, avisou o Presidente norte-americano, Joe Biden, num comunicado que assinala o segundo aniversário da invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Para punir Putin pela sua atuação, a Casa Branca (presidência) anunciou um arsenal de medidas visando tanto indivíduos ligados à prisão do opositor Alexei Navalny, que morreu na passada sexta-feira num estabelecimento prisional do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos, como à chamada máquina de guerra russa. O novo pacote de sanções também abrange pessoas e entidades que ajudam Moscovo a contornar as medidas sancionatórias já em vigor.
Na quinta-feira, o Departamento de Tesouro dos EUA já tinha avisado que esta seria “o mais amplo pacote de sanções desde o início da invasão da Ucrânia por Putin”. Trata-se de mais de 500 novas sanções contra “indivíduos ligados à prisão de Navalny” e contra “o setor financeiro russo, a indústria de defesa, as redes de abastecimento e os autores de sanções de evasão, em vários continentes”, referiu a mesma fonte.
As eleições presidenciais russas decorrem entre 15 e 17 de março. Putin está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012. Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.
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