Rússia e China vetam resolução dos EUA para cessar-fogo imediato em Gaza

A Rússia e a China vetaram esta sexta-feira um projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que determinava “um cessar-fogo imediato e sustentado” na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

O texto, da autoria de Washington, recebeu 11 votos a favor, uma abstenção e três votos contra, entre eles da Rússia e da China, dois membros permanentes do Conselho de Segurança.

A resolução, proposta após mais de cinco meses de guerra, marcou a primeira vez que os Estados Unidos pediram um cessar-fogo imediato em Gaza no Conselho de Segurança, após terem vetado vários projetos de resolução apresentados por outros países.

Antes da votação, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que Moscovo apoiava um cessar-fogo imediato, mas questionou a linguagem da resolução e acusou o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e a embaixadora norte-americana, Linda Thomas-Greenfield, de “enganarem a comunidade internacional” por razões “politizadas”, refere a agência Associated Press.

Saindo em defesa da proposta, Linda Thomas-Greenfield disse que esta foi apresentada “de boa-fé, após consulta de todos os membros do Conselho e após várias alterações”, de acordo com o The New York Times.

Para a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Moscovo “não consegue condenar os atentados terroristas do Hamas”. “Simplesmente, não quiseram votar a favor de uma resolução que foi redigida pelos Estados Unidos porque preferem ver-nos falhar do que permitir que este Conselho tivesse sucesso“, afirmou ainda a diplomata.

Já o secretário de Estado norte-americano criticou a Rússia e a China por terem “cinicamente vetado” o projeto de resolução apresentado esta sexta-feira na ONU. Segundo Antony Blinken, os EUA estavam a tentar mostrar à comunidade internacional “um sentido de urgência” na obtenção de um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Questionado sobre o estado atual das negociações de um novo cessar-fogo e a libertação de reféns, o governante disse que os Estados Unidos estão “intensamente empenhados” nas conversas com o Qatar e o Egito. “Conseguimos reduzir as negociações a algumas lacunas”, disse Blinken.

(Notícia atualizada com mais informação às 16h01)