Felicidade no trabalho: rumo a um ambiente profissional mais gratificante

Estudos recentes revelam uma perspetiva muito positiva sobre o estado do bem-estar no local de trabalho em Portugal. Com 75% dos trabalhadores portugueses a afirmar sentir-se felizes no trabalho, e 71% a expressar satisfação com as suas posições atuais, parece que estamos a desenhar um caminho na direção certa, com destino a ambientes profissionais mais saudáveis e gratificantes. Adicionalmente, 67% dos trabalhadores consideram os seus ambientes de trabalho como positivos, sugerindo uma cultura organizacional que prioriza o bem-estar dos colaboradores e a harmonia das equipas.

Quando falamos especificamente do setor das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), encontramos um cenário ainda mais animador: 82% dos profissionais de TI estão satisfeitos com os seus trabalhos e 85% recomendam as suas empresas a amigos. É, por isso, evidente que este setor está a conseguir oferecer condições altamente favoráveis para os seus colaboradores.

A perspetiva atual é de que a felicidade no trabalho já não é vista como um luxo, mas sim como um componente essencial para o sucesso organizacional. Nesse sentido, o que era considerado a felicidade no trabalho há 20/30 anos não é o mesmo que é considerado nos dias de hoje: agora, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, por exemplo, é amplamente reconhecido como um fator crucial para o bem-estar dos colaboradores. Por isso, as empresas dão agora mais flexibilidade às pessoas para que possam ter um equilibro saudável entre a esfera pessoal e profissional, para que se sintam felizes e, no final do dia, para que consigam transportar a boa energia para o trabalho e para as atividades que desenvolvem em prol da empresa.

Assim, à medida que as expectativas evoluem, é essencial que as empresas se adaptem para atender aos crescentes requisitos por um ambiente de trabalho mais equilibrado e saudável.

A preocupação com o bem-estar dos colaboradores está a tornar-se uma prioridade cada vez maior nas organizações, com os departamentos de Recursos Humanos a desempenhar um papel fundamental nesse processo. As empresas estão a perceber que investir no bem-estar dos colaboradores não é apenas a coisa certa a fazer moralmente, mas também é fundamental para o sucesso e crescimento a longo prazo.

No entanto, apesar dos avanços, ainda há desafios a enfrentar:

A gestão das diferentes necessidades das distintas gerações no local de trabalho é um desafio significativo, uma vez que temos muitas gerações diferentes, ao mesmo tempo, no mundo corporativo, o que exige abordagens flexíveis e adaptativas para trabalhar na felicidade de cada geração de forma diferenciada.

Além disso, a saúde mental emergiu como uma preocupação central e prioritária, destacando a necessidade de estratégias proativas para lidar com o burnout e o stress no trabalho.

Em termos de práticas recomendadas, a transparência, o reconhecimento e o feedback contínuo são fundamentais para promover um ambiente de trabalho positivo. As empresas devem adotar uma abordagem proativa para identificar áreas de melhoria e implementar iniciativas que apoiem o bem-estar dos colaboradores: é importante ouvi-los, recolher informação sobre se estão motivados, comprometidos e onde é possível melhorar. Além disso, olhar para KPIs de RH importantíssimos como o turnover, absentismo e utilização de férias, ou mesmo recolha de surveys de engagement, eNPS e satisfação geral.

No geral, estamos a fazer progressos significativos em direção a ambientes de trabalho mais saudáveis e gratificantes em Portugal. No entanto, é importante continuar a avançar, reconhecendo que a felicidade no trabalho não é apenas benéfica para os indivíduos, mas também para as organizações como um todo. Ao colocar as pessoas no centro das suas estratégias, as empresas podem criar culturas organizacionais que promovam o convívio, a produtividade e o sucesso a longo prazo.