Inflação aumentou três vezes mais em Portugal do que na Zona Euro

Em março, a taxa de inflação mensal em Portugal foi de 2,3%, enquanto na Zona Euro fixou-se nos 0,8%. Portugal destacou-se, inclusive, como sendo o país com o maior aumento de preços.

Os preços da generalidade de bens e serviços na Zona Euro terão registado uma subida mensal de 0,8% em março, face a uma subida mensal de 0,6% em fevereiro, de acordo com uma estimativa provisória do Eurostat publicada esta quarta-feira.

Entre os 20 Estados-membros da área do euro, Portugal destaca-se ao registar um aumento mensal de 2,3% da taxa de inflação, medido pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), ficando inclusive longe da subida de 1,8% de preços da Grécia, o segundo país da Zona Euro com maior aumento mensal de preços.

Significa que a taxa de inflação em Portugal terá aumentado em março quase três vezes mais do que a média da Zona Euro, segundo dados provisórios do gabinete de estatísticas da União Europeia.

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A pressionar o salto do IHPC em Portugal durante o mês de março terão estado os preços dos produtos alimentares que, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), terão contabilizado um aumento mensal de 0,86% (produtos alimentares transformados) e 0,28% (produtos alimentares não transformados), depois de em fevereiro terem registado uma correção de preços.

Em termos homólogos, Portugal também contabilizou em março uma subida da taxa de inflação acima da média da Zona Euro, contabilizando um aumento de 2,6% face a março de 2023, que compara com uma taxa homóloga média de 2,4% da área do euro. Mesmo assim, é apenas o 11.º país da Zona Euro com a taxa de inflação anual mais elevada.

Analisando as principais componentes da inflação da área do euro, o Eurostat aponta para que “os serviços apresentem a taxa anual mais elevada em março (4,0%, estável em comparação com fevereiro)”, seguidos dos produtos alimentares, álcool e tabaco (2,7%, em comparação com 3,9% em fevereiro), dos produtos industriais não energéticos (1,1%, em comparação com 1,6% em fevereiro) e da energia (-1,8%, em comparação com -3,7% em fevereiro).

Numa nota enviada aos seus clientes, o Goldman Sachs destaca que tanto a taxa de inflação geral como a taxa de inflação subjacente (que exclui os bens energéticos e os bens alimentares) da Zona Euro, que se situaram nos 2,4% e 2,95% respetivamente, ficaram abaixo das suas estimativas.

Além de os analistas do banco de investimento norte-americano classificaram os números apresentados pelo Eurostat como uma “surpresa”, anunciaram também que atualizaram as suas previsões para a inflação na área do euro, “esperando agora que inflação subjacente homóloga se situe nos 2,3% em dezembro de 2024, um décimo de ponto percentual abaixo da nossa previsão anterior.”

(Texto atualizado às 13h com indicação da nota do Goldman Sachs)

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