Sindicatos dos médicos criticam programa “genérico” do Governo para a Saúde e exigem negociações
SIM admite que esperava "mais" do programa, nomeadamente no que diz toca ao plano de motivação dos profissionais de saúde. Já a FNAM exige o início de "negociações com os médicos".
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) considera que o programa de Governo para a área da Saúde é “algo ainda geral” e “sem meta definidas”, sublinhando que estão disponíveis “para contribuir” para o programa de emergência do SNS. Já a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) diz que “aguarda com expectativa a resposta” ao pedido de audiência com a ministra Ana Paula Martins e exige o início de “negociações com os médicos”.
“É um programa que ainda não tem metas bem definidas. Algo ainda geral que terá de ser concretizado”, afirmou Nuno Rodrigues, à RTP3, em reação às medidas para a área da Saúde inscritas no programa de Governo, que foi entregue na quarta-feira, e que incluem a revisão da planificação das Unidades Locais de Saúde (ULS) e a reformulação da Direção Executiva do SNS.
O secretário-geral do SIM admite que esperava “mais” nomeadamente no que diz respeito à implementação de um plano de motivação dos profissionais de saúde ou à valorização das carreiras dos profissionais de saúde. Por outro lado, também vê “com alguma preocupação” que o documento não tenham medidas dirigidas “à área do medicamento”, notando que os custos do Estado com esta despesa cresceram 92% na última década.
Nesse sentido, Nuno Rodrigues pede “que os profissionais de saúde sejam valorizados da mesma forma que as restantes” carreiras, lembrando que “mais de 50%” dos médicos se encontram na primeira categoria da carreira e “mais de 70% nem sequer foram avaliados no desempenho” para poderem progredir. “Sem médicos não há consultas. Sem médicos não há cirurgias”, avisa.
O sindicato assegura ainda estar disponível para “para contribuir para o programa de emergência” do SNS que vai ser apresentado até 2 de junho e mantém o caderno de encargos que já tinha sido proposto ao anterior Executivo, tendo em vista a ” melhoria das condições de trabalho e da sua valorização salarial” dos médicos e reiterando que está “disposto” a fazer as medidas “até 2026”. De lembrar que o SIM chegou a um acordo intercalar com o anterior Governo que prevê aumentos até 14,6% este ano, mas os sindicatos têm insistido que o acordo é insuficiente face ao poder de compra perdido.
Já a FNAM, em comunicado, insiste que aguarda “com expectativa a resposta ao pedido de audiência à ministra da Saúde”, tendo em vista”, iniciar o diálogo e negociações com os médicos” o mais rapidamente possível. O pedido de “reunião urgente” foi feito na semana passada e, na altura, o sindicato liderado por Joana Bordalo e Sá lembrava que é preciso garantir médico de família a todos, “assim como consultas e cirurgias a tempo e horas no SNS, em vez de vales para consulta e cirurgias no setor privado”.
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