Conflito mais alargado entre Israel e Irão aumentaria preços do petróleo e taxas de juro, alerta economista-chefe do FMI
O FMI alertou que num cenário adverso de alargamento do conflito um aumento de 15% nos preços do petróleo "aumentaria a inflação global em 0,7 pontos percentuais".
O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, afirmou esta terça-feira que um conflito mais alargado entre Israel e o Irão conduziria provavelmente a um aumento dos preços da energia, o que, por sua vez, levaria os bancos centrais a ‘apertar’ a política monetária para controlar a inflação, prejudicando o crescimento económico.
Os recentes desenvolvimentos entre Israel e Irão, com o ataque direto de Teerão no sábado a Israel — o primeiro desta natureza — têm lançado sombras sobre as expectativas de estabilidade perante o ambiente da economia global.
O “cenário adverso” no “World Economic Outlook” publicado pelo FMI esta terça-feira mostra que um aumento de 15% nos preços globais do petróleo devido a um conflito mais alargado no Médio Oriente, juntamente com custos de transporte mais elevados para evitar ataques no Mar Vermelho, “aumentaria a inflação global em 0,7 pontos percentuais“, explicou Pierre-Olivier Gourinchas em conferência de imprensa, citado pela Reuters.
Segundo o cenário base do FMI, a economia mundial deverá manter o ritmo de crescimento de 3,2% até 2025, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, o que significa que o ritmo de expansão mundial será inferior à média anual histórica de 3,8%, uma discrepância explicada pela guerra na Ucrânia, as consequências de longo prazo da pandemia, o fraco crescimento da produtividade e a crescente fragmentação geoeconómica.
No entanto, a instituição liderada por Kristalina Georgieva alertou que embora os riscos para as previsões estão globalmente equilibrados, estas podem ser afetadas caso ocorra, por exemplo, um novo pico de preços devido à situação geopolítica ou um crescimento da economia chinesa abaixo do esperado.
O FMI lançou ainda um alerta através da publicação do primeiro capítulo do seu mais recente “Global Financial Stability Report”, instigando os bancos centrais a manterem-se vigilantes até ao final do processo de desinflação, apesar de um otimismo generalizado nos mercados financeiros.
Segundo o relatório publicado esta terça-feira, embora o mundo financeiro antecipe o fim da luta contra a inflação e um possível alívio da política monetária com a realização dos primeiros cortes das taxas de juro, os técnicos do FMI apontam para vários desafios que ainda persistem na economia, como as crescentes tensões geopolíticas e as pressões no setor imobiliário comercial que “podem aumentar o risco para alguns credores, especialmente com os problemas contínuos no mercado imobiliário da China”, lê-se no relatório.
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