Economia mundial deverá manter ritmo de crescimento de 3,2% até 2025

Ritmo de expansão mundial será inferior à média anual histórica de 3,8% devido à guerra na Ucrânia, às consequências de longo prazo da pandemia e ao fraco crescimento da produtividade.

A economia mundial deverá manter o ritmo de crescimento de 3,2% até 2025, de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, o que significa que o ritmo de expansão mundial será inferior à média anual histórica de 3,8%. A razão? A guerra na Ucrânia, as consequências de longo prazo da pandemia, o fraco crescimento da produtividade e a crescente fragmentação geoeconómica, aponta a instituição liderada por Kristalina Georgieva, no World Economic Outlook publicado esta terça-feira.

O Fundo sublinha que o crescimento de 2024 até foi revisto em alta uma décima face à atualização das previsões publicada em janeiro, mas o baixo crescimento subjacente da produtividade, as políticas monetárias restritivas e a retirada de apoios orçamentais – medidas para ajudar a travar a inflação – impediram uma progressão mais robusta. O FMI prevê que a inflação desacelere de 6,8% em 2023 para 5,9% este ano e 4,5% no próximo, uma revisão em alta de uma décima face a janeiro.

A queda da inflação global desde 2022 reflete “o desvanecimento dos choques de preços” – nomeadamente os da energia – bem como uma inflação subjacente mais baixa”. “A descida dos preços da energia reflete não só o aumento do fornecimento global de energia, mas também os efeitos das políticas monetárias restritivas”, explica o Fundo.

A atualização das taxas de crescimento em 2024 é justificada pela revisão em alta das previsões para os Estados Unidos, que deverá crescer 2,7% em 2024. Uma revisão de 0,6 décimas explicada pelo efeito de arrastamento do crescimento mais forte do que o esperado no quarto trimestre de 2023. Mas, no ano seguinte a economia deverá abrandar para 1,9%, em virtude do abrandamento da procura agregada devido a políticas orçamentais restritivas e um abrandamento do mercado de trabalho.

A zona euro deverá recuperar do magro crescimento de 0,4% em 2023 para 0,8% este ano e 1,5% no próximo. Mas estas previsões foram revistas em baixa uma e duas décimas, respetivamente, face a janeiro. “O consumo mais forte das famílias, à medida que os efeitos do choque nos preços da energia diminuem e uma desaceleração da inflação apoia o crescimento do rendimento real, deverá impulsionar a retoma.

O ritmo da recuperação é revisto em baixa em 0,3 pontos percentuais para a Alemanha, tanto em 2024 como em 2025, tendo em conta a persistente fraca confiança dos consumidores, embora este ajustamento seja largamente compensado por melhorias em várias economias mais pequenas, incluindo Bélgica e Portugal”, explica o FMI.

De acordo com as estimativas do FMI, a diferença entre os níveis de produção atuais e potenciais em 2023 são positivas para os EUA em 0,7% e negativas para o Reino Unido em 0,3%.

O FMI considera ainda que “o crescimento do emprego e dos rendimentos manteve-se estável, refletindo uma evolução favorável da procura – incluindo despesas públicas e consumo das famílias superiores ao esperado – e uma expansão do lado da oferta num contexto, nomeadamente, de um impulso imprevisto à participação da força de trabalho”, detalha.

E realça a “resiliência económica inesperada, apesar dos aumentos significativos das taxas de juro dos bancos centrais destinados a restaurar a estabilidade de preços”, o que, aponta, reflete também a capacidade das famílias nas principais economias avançadas de recorrer a poupanças substanciais acumuladas durante a pandemia.

O FMI considera que os riscos para as previsões estão globalmente equilibrados, embora possam ser afetadas caso ocorra, por exemplo, um novo pico de preços devido à situação geopolítica ou um crescimento da economia chinesa abaixo do esperado.

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