Grupo SATA com prejuízos de 30 milhões no primeiro trimestre. Cancelamentos e aluguer de aeronaves pesaram nas contas

Receitas do grupo SATA aumentaram 24% os primeiros três meses do ano, mas contas foram penalizadas por agravamento dos custos.

O Grupo SATA teve prejuízos de 30,3 milhões de euros no primeiro trimestre, em linha com o resultado obtido no mesmo período do ano passado. Receitas cresceram 24%, mas contas foram penalizadas pelo cancelamento de voos e custos com aluguer de aeronaves.

Na Azores Airlines, que opera as rotas internacionais e entre os Açores e o continente, os prejuízos agravaram-se em 2,9 milhões de euros, para os 25,6 milhões. Já na SATA Air Açores, que faz as ligações entre ilhas, o resultado líquido teve uma melhoria de 2,3 milhões, para um prejuízo de 4,7 milhões, indica a companhia aérea em comunicado.

O número de passageiros transportados pelas duas companhias aumentou 21% no primeiro trimestre, face ao período homólogo, para 447 mil. O que impulsionou a receita em 24% para os 68,9 milhões de euros. O crescimento foi maior da Azores Airlines (31,5% para 47,1 milhões) do que na SATA Air Açores (10,5% para 21,7 milhões).

O Resultado Operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) registou uma melhoria na Azores Airlines, mas manteve-se no vermelho: -8,5 milhões. O Grupo SATA justifica com “o incremento significativo dos custos com irregularidades (motivadas, em grande parte, por condições meteorológicas adversas, mas também pelos Acordos de Empresa extremamente restritivos) e ACMI [aluguer de aeronaves]“. Na SATA Air Açores, o EBITDA aumentou 400 mil euros, ficando quase em terreno positivo (-0,8 milhões).

Os custos operacionais aumentaram 24,6%, para 55,6 milhões de euros na Azores Airlines. Na SATA Air Açores “assistiu-se a um acréscimo mais significativo dos custos comerciais (+27%), dos custos com manutenção (+9%) e dos custos com pessoal (+8%)”, refere o comunicado.

A SATA salienta que “que entraram ao serviço da Azores Airlines no primeiro trimestre de 2024 duas novas aeronaves A320 NEO, fazendo estas parte do plano de renovação da frota, com tecnologia de última geração, representando um salto significativo em termos de eficiência operacional e consequente redução do impacto ambiental”.

Estas são as últimas contas apresentadas por Teresa Gonçalves, que assumiu a liderança executiva do Grupo SATA em março, substituindo Luís Rodrigues, que saiu para a presidência da TAP. A CEO apresentou a demissão no início de abril, com efeitos a partir do fim do mês (hoje), alegando “motivos pessoais”.

Em declarações à Lusa, a presidente cessante da SATA afirmou que a empresa está a “conseguir crescer muito em receitas” e a fazer um “percurso consistente de melhoria”, com base nos resultados relativos ao primeiro trimestre do ano. “De um modo geral, a SATA está na boa trajetória e está efetivamente a conseguir crescer, a conseguir receitas, a conseguir crescer muito em receitas”, disse Teresa Gonçalves.

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