Leasing, Factoring e Renting batem recorde histórico em 2023
Em 2023, o “único sinal negativo” surgiu na locação financeira imobiliária, embora o crescimento de 20,5% no leasing mobiliário mais que tenha compensado esse decréscimo.
As três áreas de negócio representadas na Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting financiaram a economia em 47.800 milhões de euros em 2023, mais 5,9% em termos homólogos e um máximo histórico, revelou esta terça-feira a associação do setor.
O financiamento dos três setores (leasing, factoring e renting), que representa mais de 90% do mercado português, mostraram em 2023 “um crescimento homólogo de 5,9% no apoio dado à economia nacional”, refere a ALF em comunicado, adiantando que, no ano em análise, o “somatório de 47.800 milhões de euros equivale a cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) português” e constitui um novo máximo histórico.
A nota divulgada refere ainda que os três setores fecharam 2023 com ganhos, desde os 5% do valor de créditos tomados do factoring, aos 53% do valor das viaturas novas contratadas em renting, passando ainda pelos 8,5% do reforço do valor dos investimentos em leasing. “Os 47.800 milhões de euros resultantes da soma dos contratos de leasing e renting, juntamente com as faturas adquiridas pelas factors em 2023, representam um aumento de quase 2.700 milhões de euros, face a 2022”.
“Este aumento é composto por um crescimento de 350 milhões de euros na produção de renting, 200 milhões no leasing e uns expressivos 2.100 milhões de euros no factoring”, adianta. O presidente da ALF, Luís Augusto, considerou que “o ano 2023 desafiou todas as previsões, conjugando um segundo conflito com impacto na Europa, a incerteza na política monetária do Banco Central Europeu (BCE), e, em Portugal, a queda de um Governo com maioria e convocação de eleições antecipadas”.
“Apesar de tudo, o financiamento especializado revelou um crescimento robusto, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa”, destacou, citado no comunicado, concluindo que os números de 2023 “contrariam eventuais visões pessimistas” e as projeções da ALF para 2024, o ano do seu 40.º aniversário, “reforçam o papel do financiamento especializado no apoio à formação do PIB” português.
Quanto ao factoring, que em 2021 valia 34.500 milhões de euros e no ano seguinte atingiu os 42.000 milhões de euros, encerrou 2023 com um total de 44.200 milhões de euros em faturas tomadas. Em apenas dois anos, o desempenho do factoring aumentou em 18%, equivalente a cerca de 10.000 milhões de euros, destacando-se ainda o confirming (gestão dos pagamentos das empresas junto dos seus fornecedores), que registou um crescimento de 7,4%, para um acréscimo de 1.370 milhões de euros face ao ano anterior, e para o factoring internacional.
O factoring à importação, que consiste no apoio ao pagamento de faturas de um cliente nacional ao seu fornecedor estrangeiro, superou o valor de 2022 em 51%, passando de 360 milhões de euros para os 544,6 milhões. Quanto ao factoring à exportação, que proporciona apoio no recebimento de faturas de clientes localizados no estrangeiro, cresceu 2,4%, para cerca de 121 milhões de euros a mais que no ano anterior, totalizando 5.150 milhões de euros.
Já o factoring doméstico, a modalidade com recurso manteve-se estável, face a um crescimento de 4,3% da modalidade sem recurso. Por sua vez, o renting colocou 36 mil viaturas novas em circulação nas estradas portuguesas, num valor que superou os mil milhões de euros, um crescimento de 53% face aos 667 milhões de euros de contratos novos em 2022.
A atual frota em circulação contratada através de renting alcançou os 2.480 milhões de euros em valor, crescendo 18% face 2022, sendo que em número de viaturas são agora 133.748 unidades ligeiras a circular nas estradas portuguesas, das quais mais de 80% da categoria de passageiros. Em 2023, o “único sinal negativo” surgiu na locação financeira imobiliária, embora o crescimento de 20,5% no leasing mobiliário mais que tenha compensado esse decréscimo.
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