Banca portuguesa com rendibilidade superior à média europeia e espanhola
O aumento da rendibilidade da banca portuguesa, que atingiu os 15,1%, deve-se à melhoria da margem financeira e da eficiência, superando a média da União Europeia (10,9%) e de Espanha (12,6%).
A rendibilidade média dos principais bancos a operar em Portugal superou em mais de quatro pontos percentuais a média da União Europeia (UE) em 2023, segundo um estudo realizado pela consultora Alvarez & Marsal (A&M).
Em 2023, a rendibilidade da banca portuguesa aumentou 580 pontos base, com o setor a atingir um ROE (return on equity) de 15,1%, isto é, 4,2 pontos percentuais (p.p.) acima da média registada na UE, de acordo com a quinta edição do estudo “O Pulso da Banca”.
A consultora analisou 16 indicadores financeiros da atividade nacional dos sete principais bancos a operar em Portugal: Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novobanco, BPI, Crédito Agrícola e Banco Montepio.
O aumento do ROE, transversal a todos os bancos analisados, “deveu-se, essencialmente, à subida da margem financeira em 113 p.b., para 2,38% em 2023, refletindo a política monetária do Banco Central Europeu, e da melhoria do rácio de eficiência, que atingiu aproximadamente os 31,6%”, explica-se a A&M num comunicado.
Entre estes sete bancos, o Santander foi o que registou a maior rendibilidade, atingindo os 25,2% no último trimestre do ano passado, um aumento de 10,8 p.p, em relação ao período homólogo.
Seguiu-se o Novobanco (18,7%), numa subida de 1,9 p.p., e o BCP, que melhorou em 11,6 p.p., para 17%. Este último foi o banco em Portugal que registou a maior subida da rendibilidade em 2023. Na lista seguiu-se a Caixa Geral de Depósitos (14,2%), o BPI (13,4%), o Crédito Agrícola (13,2%) e o Banco Montepio (8,6%).
O ROE da banca portuguesa no último trimestre do ano passado ficou, assim, acima daquele que foi registado pela UE, que se fixou em 10,9%, mas também do de Espanha, que registou 12,6%. Entre os sete bancos portugueses, apenas o Banco Montepio apresentou um ROE inferior em relação à média tanto europeia como espanhola.
“O ano de 2023 foi, porventura, dos anos mais positivos, na última década, para a banca portuguesa, tendo apresentado níveis médios de rendibilidade superiores aos da União Europeia e inclusive da banca espanhola. Apesar do agravamento do custo do risco registado entre 2022 e 2023, a qualidade das carteiras de crédito manteve-se robusta com as melhorias dos rácios de NPL e de cobertura”, refere Mário Trinca, managing director da A&M Portugal, citado na mesma nota.
O bom ano de 2023 para os bancos portugueses também se vai traduzir em melhores remunerações para os acionistas. Como noticiou o ECO esta segunda-feira, CGD, BCP, BPI e Banco Montepio vão pagar 1,3 mil milhões de euros em dividendos, número que exclui o Santander Totta, que ainda não anunciou o dividendo que var dar à casa-mãe espanhola.
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