Banca duplica dividendos para 1,3 mil milhões após ano de lucro recorde

Caixa, BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar metade dos resultados aos seus acionistas. BPI é o mais generoso. Montepio regressa após uma década de ausência. Miranda Sarmento tem boa notícia.

Depois de um ano de lucros históricos, os bancos portugueses preparam-se para entregar um cheque chorudo aos seus acionistas: vão pagar 1,3 mil milhões de euros em dividendos, o dobro do que pagaram o ano passado, de acordo com os dados compilados pelo ECO.

O cheque final vai ser mais “gordo”, pois estes dados excluem o Santander Totta, que ainda não anunciou o dividendo que vai dar à casa-mãe espanhola. Mas, depois dos lucros de 1,03 mil milhões de euros em 2023, o dividendo do banco liderado por Pedro Castro e Almeida poderá superar mesmo os 800 milhões de euros, isto se assumirmos o payout de 80% do ano passado.

Em todo o caso, sem contar com o Santander e com o Novobanco, ainda inibido de distribuir lucros, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar aos acionistas cerca de 50% dos resultados que obtiveram no ano passado. Um resultado histórico que foi alcançado muito graças à subida das taxas e dos ganhos com os juros cobrados nos empréstimos às famílias e às empresas.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o gráfico.

No caso do banco público, 525 milhões de euros vão a caminho dos cofres do Estado, depois dos lucros de 1,3 mil milhões no ano passado. Uma boa notícia para o novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, dado que o Orçamento do Estado para 2024 só previa dividendos de 461 milhões.

Em 2023, a Caixa havia pago um dividendo em dinheiro de 352 milhões – e ainda um dividendo em espécie no valor de 361 milhões com a entrega do edifício-sede no Campo Pequeno, que não foi considerado nestas contas.

O BPI é o mais generoso da banca portuguesa, na medida em que quase 100% do lucro de 524 milhões de euros (517 milhões) foram pagos ao espanhol Caixabank sob a forma de dividendo, acima dos 285 milhões pagos no ano passado (por conta dos resultados de 2022).

A escalada dos juros possibilitou ainda o regresso do BCP e do Banco Montepio aos dividendos. No banco liderado por Pedro Leitão, o dividendo de seis milhões de euros põe fim a uma “travessia do deserto” de mais de uma década sem pagamentos ao acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) — agora são mais acionistas. O Banco Montepio registou lucros de 28,4 milhões, mas foi muito penalizado pela venda do Finibanco Angola, uma operação que teve um impacto negativo de 100 milhões.

Em relação ao BCP, que não fez qualquer pagamento no ano passado, regressa agora com um dividendo de 257 milhões de euros, que corresponde a 30% do resultado obtido no ano passado. Mas Miguel Maya já mostrou qual é a ambição do seu banco: pagar metade ou mais dos lucros aos acionistas.

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