Caixa aumenta dividendo a dar ao Estado para 525 milhões

Banco público vai entregar 525 milhões de euros em dividendos ao Estado, depois de lucro recorde de quase 1.300 milhões no ano passado. Paulo Macedo abre a porta a pagamento extra.

O próximo ministro das Finanças vai receber um dividendo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) mais gordo do que inicialmente previsto. O banco do Estado anunciou esta sexta-feira que vai distribuir pelo seu acionista 525 milhões de euros, mais 13% do que previa o Orçamento do Estado para este ano.

O banco liderado por Paulo Macedo, de quem se fala que pode vir a integrar o próximo Governo de Luís Montenegro justamente para a pasta das Finanças, registou lucros recorde de 1.291 milhões de euros no ano passado. E aproximadamente 40% desse resultado vai para os cofres dos contribuintes.

O Orçamento do Estado para 2024, elaborado pelo anterior Governo de António Costa, previa um dividendo de 461 milhões de euros.

Com este último cheque, o banco público já devolveu 2,2 mil milhões de euros ao Estado desde 2017, ficando a faltar 300 milhões para a devolução integral dos 2,5 mil milhões injetados ao abrigo da recapitalização do Estado. “Está mais do que claro que a Caixa vai conseguir fazer esse pagamento [dos 300 milhões], face a posição de capital que tem e face às perspetivas para 2024”, assegurou Paulo Macedo.

No âmbito da recapitalização da Caixa, realizada em 2016 e 2017, o Estado pôs 3,9 mil milhões de euros no banco público (incluindo 1,4 mil milhões de Cocos e a Parcaixa), sendo que o capital foi ainda reforçado com duas idas ao mercado para emitir 500 milhões em dívida AT1 e outros 500 milhões em dívida AT2 para que a operação não configurasse numa ajuda de Estado. Estas duas emissões já foram devolvidas.

Em 2023, o dividendo foi de quase 700 milhões de euros, metade do qual correspondeu à entrega do edifício-sede ao Estado, com o imóvel avaliado em cerca de 350 milhões.

Macedo abre a porta a mais dividendos ao próximo Governo

Questionado sobre o excesso de capital de que o banco dispõe, Paulo Macedo abriu a porta a mais dividendos e disse que vai estudar isso com o próximo ministro das Finanças. “A Caixa tem de ter capital a mais pela sua condição de não poder ir totalmente livre ao mercado. O último AT1 custou 10,75%, foi um valor significativo. Temos de ter alguma precaução”, começou por dizer o gestor.

Vamos estudar a afetação do resultado e falar disso com o novo representante do acionista. E vamos refletir isso no plano estratégico”, acrescentou.

(Notícia atualizada às 18h27)

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