Crescimento económico faz despesa pública baixar para 42,3% do PIB em 2023

Apesar do aumento nominal de 5,2% do valor nominal, a despesa pública fixou-se nos 42,3% do PIB em 2023, que compara com um rácio de 44,1% no ano anterior.

A despesa pública em Portugal alcançou os 112,4 mil milhões de euros em 2023, o equivalente a 42,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e menos 1,8 pontos percentuais face aos 44,1% registados em 2022. Segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), ficou também abaixo da média de 50% dos países da Zona Euro.

O decréscimo deste rácio para os níveis registados em 2019 é explicado por um crescimento da economia mais robusto, dado que, em termos nominais, a despesa pública aumentou 5,2% face ao ano anterior, ou cerca de 5,5 mil milhões de euros.

Despesa pública de Portugal e da Zona Euro desde 2011 até 2023

“O aumento da despesa pública, em linha com os anos anteriores, resultou do comportamento crescente das suas principais rubricas, observando-se crescimentos nas remunerações (7,6%), no consumo intermédio (5,1%) e nas prestações sociais (3,4%)“, refere o INE em comunicado.

“As remunerações pagas cresceram 7,6%, refletindo as atualizações salariais e valorizações remuneratórias que ocorreram em 2023 (segundo dados da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público – DGAEP, o emprego no setor das AP aumentou apenas 0,4% face a 2022)”, refere o INE.

No que concerne às pensões sociais, que aumentaram 3,4%, a sua principal componente (71%) corresponde às pensões pagas que cresceram 5,7%, “refletindo o encargo com pensões enquadradas no regime geral de Segurança Social e no regime de proteção social convergente da Caixa Geral de Aposentações (CGA), associado à atualização automática e intercalar de pensões, bem como o aumento dos encargos associados à generalidade das prestações sociais suportadas pela Segurança Social.”

Os números espelham também que as prestações sociais continuam a ser a maior fatia da despesa pública, representando 41,2% do total. Seguem-se as remunerações com 24,7% e o consumo intermédio com 12,5% do bolo total.

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O investimento público, embora tenha representado apenas 6% da despesa total, aumentou 17%, atingindo 6,8 mil milhões de euros, impulsionado principalmente pelos projetos financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), e depois de em 2022 ter aumentado 3,4%.

O INE destaca também que “os encargos com rendimentos de propriedade (que correspondem sobretudo a juros pagos) inverteram a
tendência decrescente registada desde 2015, tendo aumentado 23,3% face a 2022, motivados pelo aumento das taxas de juro.”

Aliás, o INE refere mesmo que Portugal registou, em 2023, um dos valores mais altos no peso dos juros pagos no PIB (2,2%), sendo ficado acima da média dos países da Zona Euro (1,7%), e sendo apenas ultrapassado por Espanha, Grécia e Itália.

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