PS garante estar “focado” na eleição de Nicolas Schmit para presidente da Comissão Europeia

Socialistas rejeitam apoiar a atual presidente e recandidata Von der Leyen, argumentando que esta se disponibilizou para negociar com a direita radical.

O PS garante estar “empenhado” na eleição de Nicolas Schmit enquanto spitzenkandidat do Partido Socialista Europeu (PSE) para o cargo de Presidente da Comissão Europeia. Questionada pelo ECO, fonte oficial do PS é perentória: “O candidato do PSE é Nicolas Schmit e é nessa eleição que o PS está totalmente empenhado.

Esta quinta-feira, Sebastião Bugalho, cabeça de lista da Aliança Democrática (coligação que junta o PSD, CDS-PP e PPM) para as eleições europeias, garantiu que o partido, enquanto membro integrante do Partido Popular Europeu (PPE), vai “apoiar e votar” em Ursula von der Leyen “para continuar presidenteda Comissão Europeia.

Mas Bugalho desafiou a adversária socialista Marta Temido para que clarificasse se apoiará ou não a reeleição da presidente da Comissão Europeia, na próxima legislatura, argumentando que a candidata socialista tem “elogiado constantemente” os programas lançados por Von der Leyen.

“Gostava, por exemplo, de saber se a minha principal oponente, a doutora Marta Temido, vai ou não apoiar essa recandidatura, no sentido em que tem elogiado constantemente os programas de que Ursula Von der Leyen foi autora, nomeadamente o Next Generation EU“, disse Bugalh, citado pela Lusa, em declarações proferidas em Faro, à margem da tomada de posse do presidente do PSD local.

No entanto, o PS garante estar focado em Schmit para o cargo de topo em Bruxelas, sublinhando que, à semelhança da família europeia, rejeita apoiar a candidata alemã depois de esta se ter disponibilizado para negociar com o partido da direita radical conservadora na próxima legislatura.

“O PS não coopera com a extrema-direita nem em Portugal nem na Europa. E é por isso que o Partido Socialista português assinou a Declaração de Berlim, onde essa questão está taxativamente esclarecida“, vincou ao ECO fonte oficial do partido liderado por Pedro Nuno Santos, que escolheu Marta Temido como cabeça de lista às eleições europeias de 9 de junho.

Em causa estão a declarações de Ursula von der Leyen num debate no início do mês entre todos os candidatos à presidência da Comissão Europeia, no qual a cabeça de lista do Partido Popular Europeu (PPE) admitiu estar disponível para negociar com a bancada da direita radical conservadora composta pelos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla em inglês), no Parlamento Europeu.

Vai depender da composição do futuro Parlamento Europeu e de quem vai fazer parte desse grupo”, respondeu Von der Leyen, quando questionada qual seria a sua estratégia para assegurar a eleição para um segundo mandato à frente do executivo comunitário.

Recorde-se que este grupo partidário integra partidos populistas e nacionalistas, como o Lei e Justiça (PiS) da Polónia, o Vox de Espanha e o francês Reconquista, de Eric Zemmour, e é liderado por Georgia Meloni, primeira-ministra de Itália e líder dos Irmãos de Itália. Von der Leyen garantiu, no entanto, que nunca trabalhará com os membros do grupo Identidade e Democracia (ID), a bancada da extrema-direita dominada pela União Nacional de Marine Le Pen e que acolhe o Chega.

Tal como o PS, também os socialistas europeus rejeitaram prontamente apoiar Von der Leyen numa fase final da eleição do sptizenkandidat caso o seu nome seja o que reúne maior consenso entre todos os candidatos à Comissão Europeia.

Os valores e os direitos não podem ser comprometidos em função do próximo Parlamento“, afirmou esta terça-feira Stefan Löfven, presidente do PSE e ex-primeiro-ministro sueco. “Ou se quer lidar com a extrema-direita ou não se quer. Como progressistas, podemos dizer com firmeza: não apoiamos nenhuma coligação no Parlamento Europeu com o Identidade e Democracia (ID) ou o ECR“, afirmou Löfven numa mensagem nas redes sociais.

O gesto de Von der Leyen pode, desta forma, dificultar a conquista do apoio necessário para uma recondução por mais cinco anos, em Bruxelas, não só da sua família partidária, o PPE, como também de dirigentes socialistas, uma vez que a eleição para o presidente da Comissão Europeia terá que ser suportada, em primeiro lugar, pelos 27 chefes do Conselho Europeu e posteriormente aprovada por uma maioria absoluta no Parlamento Europeu.

Neste momento, existem seis na corrida à presidência da Comissão Europeia — os candidatos do ID e da Aliança Livre Europeia foram excluídos dos debates, e o ECR não apresentou sptizenkandidat — com as sondagens a indicar uma provável reeleição de Ursula von der Leyen por mais cinco anos, em Bruxelas.

A nomeação só deverá acontecer em setembro, depois da tomada de posse dos 720 eurodeputados e da eleição da mesa do Parlamento Europeu. Esse processo deverá ocorrer a 16 de julho, na primeira sessão plenária, depois de serem apurados os resultados das eleições europeias que vão acontecer, em toda a União Europeia, entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, as urnas estarão abertas a 9 de junho e serão eleitos 21 eurodeputados.

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