Parlamento aprova audição de Álvaro Sobrinho sobre situação na gráfica Printer Portuguesa
Os bloquistas sublinham que 120 trabalhadores da gráfica localizada em Sintra “estão a ser afastados dos seus postos de trabalho e impedidos de entrar na empresa desde o passado dia 24 de abril”.
A Comissão do Trabalho, Segurança Social e Inclusão aprovou esta quarta-feira um requerimento do Bloco de Esquerda para ouvir no parlamento o presidente da gráfica Printer Portuguesa, Álvaro Sobrinho, tendo rejeitado a audição à ministra do Trabalho.
Além de Álvaro Sobrinho, os deputados querem ouvir, também, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA) sobre a situação de incerteza dos trabalhadores da gráfica Printer Portuguesa.
“O Bloco de Esquerda fez aprovar hoje, por unanimidade, na Comissão Parlamentar de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, a vinda, com caráter de urgência, ao Parlamento, de Álvaro Sobrinho, sobre a situação de incerteza dos trabalhadores da empresa Printer Portuguesa – Indústria Gráfica, S.A.”, refere um comunicado do grupo parlamentar do BE. As audições de Álvaro Sobrinho e do SITE-CSRA foram aprovadas por unanimidade.
Em sentido inverso, a comissão rejeitou a audição da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, com votos contra do PSD e do Chega. Face a esta rejeição, o BE sugeriu a audição do secretário de Estado do Emprego, Adriano Rafael Moreira, que foi aprovada, “apenas com os votos contra do PSD”.
Num requerimento entregue na segunda-feira na Assembleia da República, dirigido ao presidente da 10.ª comissão, Eurico Brilhante Dias, os bloquistas sublinham que 120 trabalhadores da gráfica localizada em Sintra “estão a ser afastados dos seus postos de trabalho e impedidos de entrar na empresa desde o passado dia 24 de abril”.
O documento assinado pelos deputados José Soeiro e Marisa Matias recorda que a empresa deixou os trabalhadores “sem resposta durante largas semanas” e que, “após pressão política e mediática”, decidiu prestar declarações sem “qualquer solução para a situação em que se encontram os seus trabalhadores”.
O partido relata que esta é uma situação que se agravou depois de a empresa informar os trabalhadores que “os dias 24 e 26 de abril seriam concedidos como dias de descanso”, uma vez que “findo esse período, os trabalhadores e as trabalhadoras foram impedidos de aceder às instalações da empresa, sem que nada o fizesse prever”.
Segundo os bloquistas, o encerramento da empresa está a causar “graves prejuízos” na vida pessoal e familiar dos trabalhadores da gráfica, que, perante este cenário, “não conseguem responder aos seus encargos pessoais e familiares, nem aceder a qualquer proteção social.
Na passada quinta-feira a coordenadora do Bloco, Mariana Mortágua, esteve presente numa concentração com cerca de meia centena de trabalhadores da empresa do concelho de Sintra. Para a coordenadora do BE, os trabalhadores desta gráfica, que emprega cerca de 120 pessoas, vivem uma situação de “limbo ilegal”.
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