Lagarde não se compromete com novos cortes das taxas de juro, mas fala em “confiança” relativamente à inflação

Apesar de reforçar várias vezes que o BCE não se compromete com novos cortes das taxas de juro, Christine Lagarde revela que está hoje muito mais confiante do que há uns meses.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira o primeiro corte das taxas de juro em quase cinco anos, mas não deu qualquer sinal de futuras reduções. “Não estamos a comprometer-nos previamente com uma trajetória para as taxas de juro”, referiu Christine Lagarde na conferência de imprensa após a publicação do comunicado do Conselho do BCE.

Além disso, a presidente do BCE destacou ainda que a autoridade monetária da área do euro “manterá as taxas de juro diretoras suficientemente restritivas enquanto for necessário” e ainda que “o BCE está pronto a ajustar todos os instrumentos o quanto for necessário” para assegurar “o retorno atempado da inflação ao objetivo de médio prazo de 2%”.

No entanto, Christine Lagarde revelou que a decisão de cortar as taxas de juro em 25 pontos base “foi quase unânime, com exceção de um governador” e destacou que a confiança [dos membros do Conselho do BCE] relativamente à inflação aumentou ao longo dos últimos meses”, tendo sido esse o principal argumento para o BCE cortar o preço do euro.

Lagarde sublinhou ainda que “a robustez da projeção da inflação para o quarto trimestre de 2025 constituiu a base da decisão da redução das taxas” e que “o BCE decidiu cortar as taxas com base na fiabilidade das projeções”.

Apesar de salientar que a taxa de inflação na Zona Euro é muito mais baixa do que no passado — notando que o índice de preços na área do euro desceu mais de 2,5 pontos percentuais e as “perspetivas de inflação melhoraram significativamente” — diz que são precisos “mais dados para confirmar uma trajetória constante desinflacionista”. E lembra que “a pressão sobre os preços domésticos permanece elevada”

Por outro lado, Christine Lagarde salientou que os salários continuam a aumentar a um ritmo elevado, compensando o aumento da inflação registado no passado, lembrando que “os salários são extremamente importantes” na orientação da política monetária do BCE.

“Devido à natureza da escalada do processo de ajustamento salarial e ao importante papel dos pagamentos pontuais, os custos do trabalho irão provavelmente flutuar a curto prazo, tal como se verificou no aumento dos salários negociados no primeiro trimestre”, vaticina a presidente da autoridade monetária da Zona Euro, considerando também que “o crescimento dos salários será moderado ao longo do ano.”

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