Marcelo “sonha” comemorar Dia de Portugal na Venezuela em 2025

  • Lusa
  • 12 Junho 2024

Marcelo Rebelo de Sousa disse que é um sonho comemorar o Dia de Portugal na Venezuela, mas que será preciso analisar se há condições para o realizar. Montenegro afirmou compreender a intenção.

O Presidente da República anunciou esta quarta-feira o sonho de realizar as comemorações do Dia de Portugal no próximo ano junto da comunidade emigrante da Venezuela, mas admitiu não saber se haverá condições de o concretizar.

No final das comemorações do 10 de Junho na Suíça, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pela comunicação social se já tinha decidido os locais das comemorações do próximo ano, escusando-se inicialmente a responder, uma vez que ainda não tinha falado com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que estava ao seu lado.

O chefe do Governo disse que não se importaria com esse anúncio, pelo que o Presidente da República avançou: “Se o primeiro-ministro não se importa, ele percebe porque vou dizer isto, é um sonho que tenho há muito tempo”.

Se houver condições adoraria que fôssemos à Venezuela, é mudar de continente, é um sonho nosso, de uma comunidade que tem tantos anos e que tanto tem prestigiado do nome de Portugal“, disse.

Questionado o que pensa desta ideia, Luís Montenegro disse que o momento era de balanço do Presidente da República, afirmando apenas compreender a intenção do chefe de Estado. “Compreendo bem a intenção do senhor Presidente da República de mais uma vez estar ao lado de uma comunidade que tem tido tempos difíceis”, disse.

Sobre se haverá condições políticas e de segurança na Venezuela para este tipo de comemorações, Marcelo Rebelo de Sousa disse não querer acrescentar mais nada. “É um sonho que tenho há muito tempo, veremos se há condições para realizar o sonho“, admitiu.

Quando assumiu a chefia do Estado, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa lançou, em articulação com o então primeiro-ministro, António Costa, e com a participação de ambos, um modelo inédito de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro.

A Suíça foi o sétimo país estrangeiro a acolher a celebração, após França (2016), Brasil (2017), Estados Unidos (2018), Cabo Verde (2019), Reino Unido (2022) e África do Sul (2023), sendo que em 2020 e 2021 só houve cerimónias em Portugal devido à pandemia da Covid-19.

Comunidade portuguesa reage com satisfação

A comunidade portuguesa e lusodescendente demonstrou satisfação com o anúncio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do sonho de realizar as comemorações do Dia de Portugal, em 2025, junto dos portugueses na Venezuela.

“É importante para a nossa comunidade e é uma demonstração não apenas do Governo [de Portugal] mas também do Estado, de aproximar-se à comunidade portuguesa e acompanhar com atenção a situação na Venezuela”, disse à Lusa um conselheiro das comunidades portuguesas.

Fernando Campos sublinhou que o Presidente “é a figura máxima do nosso Estado” e que se a visita acontecer “é bom para Portugal, para os portugueses, para todos”.

No entanto, o conselheiro disse ter percebido, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que a deslocação à Venezuela “estaria condicionada de alguma maneira a que as condições, políticas e sociais, estejam criadas”.

Fernando Campos explicou ainda que há consciência, em Portugal, que as eleições presidenciais de 28 de julho “vão definir a situação política na Venezuela, mas que não se sabe aquilo o que acontecerá”.

“Fico satisfeito, aplaudo muito essa manifestação de querer vir e se for possível teremos muito gosto em recebê-lo por cá, como máximo representante de Portugal. Receber o Presidente de Portugal na Venezuela será um momento de festa e toda a comunidade portuguesa vai preparar-se para sua visita. É bom para Portugal, para os portugueses, para todos”, disse o conselheiro, recordando que o último Presidente de Portugal a visitar a Venezuela foi Jorge Sampaio, em 1997.

Já o ex-presidente do Centro Português de Caracas disse que a visita de Marcelo Rebelo de Sousa serviria para aproximar Portugal de uma comunidade que “talvez não seja das maiores, mas necessita de mais apoio do Governo” de Lisboa. “Que bom! Seria um enorme respaldo para a comunidade e um orgulho que nos escolha”, disse Sérgio Nunes à Lusa.

O diretor da Missão Católica Portuguesa de Caracas vê a possível visita como “um sinal de esperança” que reduz as distâncias entre Portugal e a comunidade. “É bom que venha. Ele verá com os próprios olhos a realidade que vivem os compatriotas na Venezuela”, disse Carlos de Abreu, sublinhando confiar que os contactos não estejam limitados apenas a empresários, mas a portugueses de distintos níveis.

O sacerdote recordou que na Venezuela reside uma importante comunidade portuguesa, cujos apoios aos carenciados devem ser reforçados, em particular aos idosos.

Carlos de Abreu disse ainda que a visita reafirmará o vínculo entre os portugueses e lusodescendentes que não tiveram a oportunidade de viver em Portugal, e que conhecem apenas pelas descrições dos pais. “Portugal é um país que também é exemplo de luta pela paz, é solidário, e todos ganharemos com essa proximidade”, acrescentou.

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