Defesa da ex-CEO avalia utilização das escutas a Costa no processo contra a TAP

A defesa da Christine Ourmières-Widener vai avaliar a utilização das escutas ao ex-primeiro-ministro, em que António Costa assume que a demissão da ex-CEO da TAP teve motivações políticas.

A defesa de Christine Ourmiére-Widener vai avaliar a pertinência da utilização das escutas a António Costa na “Operação Influencer” na ação judicial em que contesta o despedimento da ex-CEO da TAP e pede uma indemnização de 5,9 milhões de euros, apurou o ECO.

Numa escuta telefónica realizada no âmbito desse processo, o ex-primeiro-ministro assume a necessidade de despedir Christine Ourmières-Widener por motivos políticos e substituí-la pelo atual CEO, Luís Rodrigues, então na SATA, revelam a CNN Portugal e o Correio da Manhã.

O telefonema em causa, entre o então primeiro-ministro e João Galamba, que tutelava a pasta das Infraestruturas, aconteceu em 5 de março do ano passado, às 18h12, numa altura em que o executivo socialista se via confrontado com a polémica indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis, ex-administradora executiva da companhia aérea portuguesa. “Os 500 mil já nos custaram muito“, desabafou Costa, dizendo a Galamba que “as pessoas precisam de sentir que o Governo não consente com merdas destas“.

Foi então que, para estancar a indignação junto da opinião pública, o ex-chefe de Governo informou o seu ministro das Infraestruturas de que estava na altura de despedir Christine Ourmières-Widener. “Se isto se torna num inferno é ela ou nós. Já falei com o Fernando [Medina, então ministro das Finanças] e politicamente nós não nos safamos mantendo a senhora, nem a senhora se safa politicamente”, assumiu António Costa nessa chamada telefónica.

A ex-CEO da TAP deu entrada na Justiça com o prometido processo contra a TAP, contestando a sua demissão pelo Governo e pedindo uma indemnização de 5,9 milhões de euros. Christine Ourmières-Widener pôs no banco dos réus as duas empresas do universo da transportadora, a TAP S.A., dona da companhia aérea, e a holding TAP SGPS.

Uma das alegações da defesa da gestora francesa é de que o seu despedimento teve apenas motivações políticas. “A Autora [Christine Ourmières-Widener] foi demitida por motivos meramente políticos, numa tentativa – aliás conseguida – de abafar a total falta de coordenação entre tutelas, a responsabilidade pela nomeação da Eng.ª Alexandra Reis para Secretária de Estado do Tesouro, com responsabilidade pelo acompanhamento da execução do Plano de Reestruturação”, lê-se no processo, que o ECO noticiou em primeira mão.

A defesa de Christine Ourmières-Widener vai agora avaliar a pertinência da utilização das escutas, nomeadamente se elas têm ou não cabimento legal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Defesa da ex-CEO avalia utilização das escutas a Costa no processo contra a TAP

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião