Taxa de desistência do ensino superior é a mais alta em oito anos

Taxa de desistência dos estudantes de licenciatura subiu para 11,10% no ano letivo de 2022/2023. Mudança de curso e faculdade também aumentou.

Há cada vez mais alunos a desistirem do ensino superior, após o primeiro ano de curso. Em 2022/2023, a taxa de desistência dos estudantes de licenciatura nestas circunstâncias era de 11,10%, de acordo com os dados mais recentes do portal Infocursos. É o valor mais elevado em, pelo menos, oito anos.

Estes são os últimos números divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), relativos a mais de 6 mil cursos lecionados em 282 estabelecimentos de ensino superior. Segundo os dados oficiais, o número de alunos de licenciatura que não se encontravam no ensino superior, um ano após iniciarem o curso está a aumentar há quatros anos letivos consecutivos, isto é, desde 2019/2020. Esta situação é semelhante nos alunos de cursos técnicos superiores profissionais, com a taxa a situar-se em 26,9% em 2022/2023.

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Este período coincide com a pandemia e a inflação, que pressionou os orçamentos das famílias, e o estalar da crise na habitação, da qual o alojamento estudantil não escapou. Recorde-se que os dados mais recentes também já tinham apontado para um abandono escolar, cuja taxa aumentou 1,5 pontos percentuais em 2023, quebrando a tendência gradual de diminuição que se registava desde 2017. Na altura, o então ministro da Educação, João Costa, tinha apontado que 2021 e 2022 foram “anos atípicos tanto no abandono escolar como nas taxas de sucesso” dos alunos.

Em contrapartida, a taxa de desistência de alunos em mestrado integrados, após o primeiro ano, recuou no último ano letivo para os quais há dados disponíveis (2022/2023), situando-se em 3,6%, segundo os dados da DGEEC. Já a taxa de desistência de estudantes de mestrado de 2.º ciclo, após o primeiro ano, está a cair há dois anos letivos seguidos.

Número de alunos a mudarem de curso ou faculdade aumenta

Os dados da DGEEC revelam ainda que há também cada vez mais alunos a mudarem de curso ou estabelecimento de ensino, após um ano de ingressarem no ensino superior. No ano letivo 2022/2023 a taxa de alunos em licenciatura e em mestrado integrado nestas circunstâncias era de 10%, isto é, o nível mais elevado desde o ano letivo de 2015/16 e 2019/2020, respetivamente. A tendência é semelhante nos cursos técnicos superiores profissionais, depois de uma queda em 2021/2022.

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Nos mestrados de 2.º ciclo houve uma ligeira queda, com a taxa a situar-se em 3,2% em 2022/2023, menos 0,1 pontos percentuais face à registada no ano letivo anterior (3,3%).

Os dados oficiais dão também “pistas” sobre o método de entrada em licenciatura no ensino superior público. Quatro em cada dez alunos (40,1%), entram na primeira opção do concurso nacional de acesso, enquanto 14,2% através da segunda opção. Já quase um quinto (17,3%) por outras opções ou modalidades do regime geral de acesso e apenas 5,5% através de provas específicas para os maiores de 23 anos.

No próximo ano letivo (2024/2025) haverá 55.166 vagas para as universidades e politécnicos do Estado, um aumento 158 vagas (0,29%) face ao ano passado e um novo recorde, no âmbito do concurso nacional de acesso ao ensino superior. O ISCTE, em Lisboa, é a instituição de ensino superior com o maior aumento na oferta, com mais 138 vagas face a 2023.

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