FMI espera que BCE reduza juros para 2,5% no verão de 2025

  • Ânia Ataíde
  • 20 Junho 2024

Fundo prevê estabilização dos juros da Zona Euro em 2,5% no terceiro trimestre de 2025. Instituição avisa que há países que vão ter de fazer ajustamento orçamental significativo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que o Banco Central Europeu (BCE) irá reduzir os juros até uma taxa neutral de 2,5% no final do terceiro trimestre do próximo ano. A expectativa foi transmitida esta quinta-feira pela presidente da instituição com sede em Washington, Kristalina Georgieva, durante uma reunião do Eurogrupo.

No documento de análise anual sobre a Zona Euro, o FMI prevê que o BCE pode tornar a política monetária gradualmente mais flexível, estando o ritmo dependente dos dados disponíveis.

“A trajetória de desinflação projetada e os riscos equilibrados em torno dela — com base nas informações atuais — implicam que as taxas de juro podem ser gradualmente reduzidas para alcançar uma posição neutra — consistente com uma taxa terminal de cerca de 2,5% — até ao final do terceiro trimestre de 2025”, refere a análise do FMI.

Para a instituição, a flexibilização monetária contínua e gradual alcançaria um equilíbrio entre manter as expectativas de inflação ancoradas e evitar uma orientação política excessivamente restritiva, ainda que assinale que as decisões sobre a taxa diretora terão de ser tomadas reunião a reunião, com base em dados.

O FMI prevê, assim, que a inflação regresse ao objetivo do BCE no segundo semestre de 2025, considerando que o aperto da política monetária em 2022 e 2023 está a ajudar no desacelerar da taxa de inflação. Paralelamente, aponta para uma recuperação modesta do crescimento na zona euro para 2024, fortalecendo-se posteriormente em 2025, mas avisa que as perspetivas a médio prazo continuam a ser desafiantes.

“O crescimento da Zona Euro está a recuperar, embora a partir de uma taxa baixa. Em 2024, espera-se que o aumento dos salários reais e alguma redução das poupanças das famílias contribuam para uma recuperação liderada pelo consumo”, refere.

Muitos países vão ter de fazer ajustamento orçamental significativo

O FMI alerta ainda que o novo quadro de governação económica da União Europeia (UE) irá “exigir um ajustamento orçamental significativo em muitos Estados-membros, bem como um apoio político sustentado para ser implementado conforme previsto”.

“O novo quadro identifica riscos de sustentabilidade orçamental a longo prazo e exige um ajustamento a médio prazo específico de cada país que seja suficientemente ambicioso para fazer face a esses riscos”, lê-se no relatório.

A instituição liderada por Kristalina Georgieva salienta que “embora seja necessário um ajustamento orçamental significativo em muitos Estados-Membros com dívidas elevadas e défices elevados, aqueles com riscos orçamentais moderados ou baixos terão mais espaço para apoio orçamental, se necessário”.

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