Novos créditos ao consumo recuam para mínimos do verão

Depois de um novo recorde em março, os créditos ao consumo encolheram no mês da Páscoa. Baixaram para 455 milhões de euros, o valor mais baixo desde o verão.

O crédito ao consumo travou em abril. Depois do recorde alcançado em março, os montantes concedidos pelas instituições financeiras encolheu para 455 milhões de euros. Assistiu-se a uma quebra nos financiamentos para todos os fins, mesmo para os automóveis que tem sido o motor destes créditos.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, foram concedidos 455,05 milhões de euros em abril, uma quebra de 23% face ao mês anterior que tinha fixado um recorde de 594,3 milhões de euros. Mesmo na comparação com o mesmo período do ano passado, o mês da Páscoa revelou uma redução nos montantes financiados: caiu 3,9%.

Esta quebra foi transversal. Todos os destinos de financiamento encolheram, sendo que os créditos sem finalidade específica, que representam quase metade do total, registaram uma quebra de 29% face ao mês anterior. Foram menos quase 75 milhões de euros em empréstimos utilizados, regra geral, para a compra de eletrodomésticos, viagens, entre outros.

Os cartões de crédito, bem como o crédito revolving, também encolheram de forma expressiva, registando-se uma quebra de 26% nas novas operações, segundo os dados divulgados pela instituição liderada por Carlos Costa. E mesmo os financiamentos para a compra de automóveis travaram durante o mês de abril.

Considerando todas as modalidades de financiamento para a compra de veículos, assistiu-se a uma quebra de 16% nos financiamentos. O total baixou de 239 para apenas 201 milhões de euros. Isto num mês em as vendas de carros novos em Portugal subiu 18,2% em abril de 2017, fixando-se em 21.951 unidades.

Mais de dois mil milhões ao consumo

Apesar da quebra acentuada em abril, o montante financiado permitiu ao crédito ao consumo passar a fasquia dos dois mil milhões de euros no acumulado do ano. O saldo vai em 2.009 milhões, com o crédito sem finalidade específica e o destinado à compra de automóveis a serem responsáveis por mais de 1.600 milhões de euros. No mesmo período do ano passado, o saldo estava em 1.859 milhões.

Os empréstimos ao consumo têm vindo a crescer de forma acentuada numa altura em que a banca tenta acelerar a concessão de crédito para obter com isso mais retornos. Este aumento nos empréstimos ao consumo tem merecido, no entanto, reparos por parte de Carlos Costa. Recentemente afirmou que está “a seguir muito atentamente” a evolução do crédito. Questionado sobre o que mais o preocupa, respondeu: “o crédito ao consumo”.

(Notícia atualizada às 11h30 com mais informação)

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