Rendibilidade das empresas baixa pelo terceiro trimestre
Os três primeiros meses ano ficaram marcados por um reforço da autonomia financeira das empresas portuguesas, que atingiu os 44,5% no último trimestre, um máximo desde, pelo menos, 2006.
A rendibilidade das empresas portuguesas baixou pelo terceiro trimestre consecutivo no arranque do ano, num período marcado pelo agravamento dos custos de financiamento. Ainda assim, o peso da dívida caiu, o que permitiu melhorar a autonomia financeira para máximos históricos.
No final do primeiro trimestre, a rendibilidade das empresas — medida pelo rácio entra os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos e o total do ativo — foi de 8,8%, uma descida de 0,5 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado. Desde o segundo trimestre de 2023, quando atingiu o valor recorde de 9,5%, que a rendibilidade das empresas tem vindo a descer.
Dois setores contrariaram a tendência no primeiro trimestre: a eletricidade, gás e água viram a rentabilidade subir 4,2 pontos percentuais para 12,9% e a construção registou um aumento de 0,2 pontos percentuais para 6,8%.
Por outro lado, enquanto as empresas privadas estão menos rentáveis (8,8%), no setor público observou-se uma melhoria de 1,8 pontos percentuais para 7,4%.
Ainda segundo o Banco de Portugal, os primeiros meses do ano ficaram marcados por um reforço da autonomia financeira das empresas, que atingiu os 44,5% no último trimestre, um máximo desde 2006 (início da série). A autonomia financeira de uma empresa mede-se pelo peso do capital próprio no total do ativo.
Os dados do supervisor mostram que as empresas reduziram os seus financiamentos para 27,1% do ativo.
“O aumento da autonomia financeira e a diminuição do peso dos financiamentos obtidos no total do ativo continuaram a refletir a conversão de empréstimos de empresas do grupo em capital observada no quarto trimestre de 2023. A redução dos financiamentos obtidos também reflete a redução continuada dos empréstimos contraídos junto do setor financeiro”, explica o Banco de Portugal.
No reforço da autonomia financeira aconteceu num período em que o custo dos financiamentos se agravou para 4,2%, em reflexo do ambiente de taxas de juro elevadas. Há seis trimestres que as empresas pagam mais pelos seus financiamentos.
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