Insolvências mais que duplicam no setor têxtil até junho
Nos primeiros seis meses do ano, 1.181 empresas portuguesas entraram em processo de insolvência. Entre janeiro e junho, insolvências no setor têxtil tiveram subida homóloga de 114%.
As insolvências em Portugal aumentaram 6,8% nos primeiros seis meses do ano face ao mesmo período do ano passado. No total, 1.181 empresas entraram em insolvência em Portugal até junho, com os setores dos serviços, têxteis e construção a serem os mais penalizados.
De acordo com dados da Allianz Trade Portugal, as micro e pequenas empresas, com um volume de negócios inferior a 500 mil euros, foram as que continuaram a registar o maior número de insolvências até junho. A seguradora destaca ainda que “foram as empresas com mais de dez anos que registaram maior volume em termos de insolvências neste primeiro semestre do ano”.
Em termos setoriais, os serviços, têxteis e construção continuaram a ser os que registaram os valores mais elevados em termos de insolvências até junho. Dentro deste leque, o setor que regista o aumento mais expressivo de insolvências é o têxtil, com uma subida de 114% face ao primeiro semestre de 2023, ao contrário do dos serviços e construção, que registaram uma descida de 6,8% e 21,8%, respetivamente.
É no distrito do Porto que está localizado o maior número de empresas em situação de incumprimento, com um total de 320 empresas, traduzindo-se num aumento de 29% face ao período homólogo. Lisboa surge logo a seguir, com 215 empresas em insolvência, o que significa um aumento muito ligeiro, de 0,5%, relativamente ao primeiro semestre do ano passado. Na terceira posição, continua a surgir o distrito de Braga, que regista um acumulado de 166 insolvências, o que corresponde a um aumento de 21,2% face ao primeiro semestre de 2023.
“As recentes estimativas de crescimento económico para Portugal, da Allianz Trade, foram revistas em alta, apontando para o crescimento do Produto Interno Bruto em 1,6% este ano e 1,4% em 2025. Embora estes indicadores sejam algo animadores, os cenários económicos europeu e mundial mostram que deve existir cautela, pois persiste ainda alguma incerteza económica“, afirma Nadine Accaoui, presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva da Allianz Trade Portugal, citado em comunicado.
Nadine Accaoui alerta que as “projeções relativamente às insolvências, à escala mundial, indicam que estas devem aumentar durante este ano de 2024”.
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