FMI melhora crescimento da economia da Zona Euro para 0,9% este ano

Fundo Monetário Internacional (FMI) melhora ligeiramente perspetivas para a economia da Zona Euro este ano e mantém o crescimento mundial em 3,2%. Instituição vê taxa de inflação a desacelerar.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu esta terça-feira em alta ligeira, de uma décima, as previsões de crescimento da economia da Zona Euro, para 0,9% este ano, mantendo inalterado a expansão do produto global.

Na atualização das previsões económicas mundiais (WEO, na sigla em inglês), a instituição de Bretton Woods considera que a atividade nos países da moeda única “parece ter atingido o seu nível mínimo” (em 2023, a Zona Euro avançou 0,5%, depois de ter crescido 3,4% em 2022) e prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para os países da moeda única de 0,9% em 2024, impulsionado por uma dinâmica mais forte nos serviços e por exportações líquidas superiores ao esperado no primeiro semestre do ano.

Para 2025, manteve a previsão inalterada face a abril, em 1,5%, sustentada “por um consumo mais forte devido ao aumento dos salários reais, bem como um investimento mais elevado devido à flexibilização das condições de financiamento num contexto de flexibilização gradual da política monetária este ano”.

O FMI perspetiva que algumas fragilidades contínuas na indústria transformadora sugerem uma recuperação mais lenta em países como a Alemanha. Entre as principais economias da Zona Euro, prevê um avanço do PIB alemão de 0,2% este ano e de 1,3% em 2025 e do PIB francês de 0,9% em 2024 e de 1,3% em 2025. Para Itália aponta um crescimento de 0,7% em 2024 e 0,9% em 2025 e para Espanha de 2,4% e 2,1% este ano e o próximo, respetivamente.

A nível global, a instituição liderada por Kristalina Georgieva manteve as perspetivas de 3,2% para 2024, revendo em alta de uma décima o crescimento para 2025, para 3,3%.

Entre as economias avançadas, espera assim que o crescimento convirja nos próximos trimestres. O FMI cortou a previsão para os Estados Unidos em uma décima, para 2,6% em 2024, apontando para uma desaceleração para 1,9% em 2025. No entanto, o dinamismo da atividade na viragem do ano reduziu ligeiramente a divergência do produto entre economias dos países à medida que os fatores cíclicos diminuem e a atividade se torna mais alinhada com o seu potencial.

Taxa de inflação a desacelerar

O FMI antecipa que a inflação global deverá desacelerar, mas alerta ainda que a inflação nos serviços “está a atrasar o progresso na desinflação, o que dificulta a normalização da política monetária”.

“Os riscos ascendentes para a inflação aumentaram, aumentando assim a perspetiva de taxas de juro mais elevadas durante um período ainda mais longo, no contexto da escalada das tensões comerciais e do aumento da incerteza política”, aponta.

Segundo a instituição, “para gerir estes riscos e preservar o crescimento, a combinação de políticas deve ser sequenciada cuidadosamente para alcançar a estabilidade de preços e repor as reservas reduzidas”, recomenda.

O relatório indica ainda que, globalmente, os riscos para as perspetivas continuam equilibrados, mas alguns riscos de curto prazo aumentaram, incluindo a falta de progressos na desinflação dos serviços e pressões sobre os preços decorrentes de novas tensões comerciais ou geopolíticas.

Para o FMI, os riscos da inflação persistente no setor dos serviços estão ligados à fixação de salários e de preços, dado que o trabalho representa uma parte elevada dos custos nesse setor. “Um maior crescimento dos salários nominais, que em alguns casos reflete a recuperação dos salários reais, se for acompanhada por uma fraca produtividade, podendo dificultar para as empresas moderarem os aumentos de preços, especialmente quando as margens de lucro já estão reduzidas“, refere.

A instituição considera também que a escalada das tensões comerciais poderá agravar ainda os riscos de curto prazo para a inflação, aumentando o custo dos bens importados ao longo da cadeia de abastecimento.

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