BCE e Fed vão descer juros duas ou três vezes nos próximos 12 meses, diz JPMorgan
Gestora de ativos do banco norte-americano antecipa que a Reserva Federal dos EUA inicie o ciclo de descida de juros após o verão, mas se o vai fazer em setembro ou dezembro não é relevante, defende.
O Banco Central Europeu e a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) deverão cortar taxas de juro “entre duas a três vezes” nos próximos 12 meses, antecipa a JPMorgan Asset Management, com a gestora de ativos a antecipar um ciclo de descidas gradual rumo à normalização das taxas de juro.
“Esperamos duas ou três descidas de juros do Banco Central Europeu nos próximos 12 meses”, antecipou Elena Domecq, responsável pela equipa de clientes e estratégia para Portugal da JPMorgan AM, numa apresentação com as perspetivas para a segunda metade do ano. A especialista admite que “este ano pode haver mais alguma [descida de juros], mas o que esperamos é que não vai haver uma descida a cada reunião“.
O conselho de governadores do BCE, que está reunido esta quinta-feira, deverá fazer uma pausa nas descidas, depois de ter anunciado o primeiro corte de juros na reunião de 6 de junho. O Comité de Política Monetária do BCE deverá assim anunciar a manutenção da taxa dos depósitos em 3,75%. A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento e as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de cedência de liquidez devem permanecer em 4,25% e 4,50%, respetivamente.
A presidente do BCE tem mantido uma retórica conservadora, não se comprometendo com cortes de juros adicionais, um discurso que deverá repetir na conferência de imprensa que realiza esta quinta-feira após a divulgação da decisão do banco central sobre as taxas de juro, deixando o caminho aberto para novo corte dentro de dois meses.
Ao contrário da JPMorgan AM, que espera até três cortes no espaço de 12 meses, a maioria dos economistas considera muito provável uma nova redução de taxas em setembro, seguindo-se mexidas a cada trimestre. Uma sondagem da Bloomberg junto de vários especialistas aponta para um corte de 25 pontos base por trimestre, com o BCE a utilizar as reuniões em que atualiza as projeções económicas para aliviar a política monetária até a taxa dos depósitos atingir 2,5% num ano.
Fed mexe nos juros depois do verão
Já no que diz respeito à Fed, o JPMorgan antecipa que a primeira mexida nos juros se materialize depois do verão, prevendo, tal como no BCE, “duas a três descidas nos próximos 12 meses”. “Há uma grande probabilidade que [a Fed] baixe taxas em setembro”, mas “o mais importante é que o próximo movimento vai ser uma descida”.
Se o primeiro corte deste ciclo vai acontecer em setembro ou dezembro, Elena Domecq diz que isso “não é importante”, o que interessa “é a tendência” e esse será no sentido de uma normalização da política monetária.
“Não vamos passar de uma política restritiva para uma tão relaxada como tínhamos antes”, explica a responsável, antecipando que descidas graduais das taxas de juro, num ambiente em que vai haver “crescimento mais modesto, a inflação que vai manter tendência de descida e os bancos centrais a normalizar políticas monetárias”.
No que diz respeito a ativos, a gestora do JPMorgan mantém uma visão mais otimista para o mercado de ações, nomeadamente para os Estados Unidos, com a evolução dos títulos a ser determinada pelo crescimento dos resultados, que deverão manter uma trajetória de recuperação.
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