CP acusa sindicatos que convocaram greve de prejudicar associados
A greve dos trabalhadores da CP, convocada por vários sindicatos, já originou, entre as 00h00 e as 14h00 desta segunda-feira, a supressão de 540 comboios, de 669 programados.
A CP acusou os sindicatos que convocaram a greve que decorre esta segunda-feira e na quarta-feira de “prejudicar os seus associados” ao recusar chegar a acordo, segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira pela transportadora ferroviária.
“Esta manhã, alguns dirigentes sindicais afetos aos sindicatos que convocaram a greve de hoje têm prestado declarações à imprensa que não correspondem à verdade“, começa por dizer a transportadora, garantindo que o seu Conselho de Administração “esteve sempre disponível para reunir, ouvir e negociar com os sindicatos”.
Segundo a gestão, a última dessas reuniões ocorreu “na tarde do passado sábado, com o intuito de chegar a um acordo relativo à revisão do Regulamento de Carreiras da empresa”, sendo que, segundo a empresa, nesses encontros, “o Conselho de Administração da CP apresentou aos referidos sindicatos as mesmas condições de negociação que foram acordadas com os sindicatos dos maquinistas (SMAQ) e dos revisores (SFRCI)”.
A CP lembrou que “estas condições incluem, nomeadamente, um aumento salarial de 1,5% e o aumento do subsídio de refeição para 9,20 euros por dia, ambos com efeitos a partir do próximo dia 1 de agosto”.
“Importa salientar que estes aumentos são adicionais aos aumentos salariais que a empresa já atribuiu a todos os trabalhadores no início do ano, na sequência de negociações igualmente realizadas com os sindicatos”, assegurou.
O Conselho de Administração da CP disse depois que “não aceita a acusação de que a proposta enviada posteriormente e acordada com os referidos sindicatos tenha sido diferente do previamente acordado na referida reunião“, lamentando que cada vez que “tenta satisfazer alguma das reivindicações destes sindicatos com o objetivo de alcançar a desconvocação da greve, estes sindicatos surgem com uma nova exigência de conteúdo pecuniário”.
“A CP trata todos os trabalhadores de forma justa e equitativa e, por isso, não aceita negociar condições salariais distintas para os seus trabalhadores”, defendeu, salientando que, “ao recusarem chegar a acordo e subscreverem o acordo do Regulamento de Carreiras, estes sindicatos estão a prejudicar os seus associados, impedindo-os de receberem o referido aumento de 1,5% e o acréscimo do subsídio de refeição para 9,20 euros, tal como os restantes trabalhadores da empresa”.
“Apelamos ao bom senso dos sindicatos, reiterando que a CP continua disponível para negociar e satisfazer as reivindicações dos sindicatos, desde que estas não ponham em causa a sustentabilidade da empresa e os postos de trabalho dos restantes trabalhadores”, rematou.
Suprimidos 540 dos 669 comboios programados até às 14h00
A greve dos trabalhadores da CP, convocada por vários sindicatos, já originou, entre as 00h00 e as 14h00 desta segunda-feira, a supressão de 540 comboios, de 669 programados, indicou fonte oficial da transportadora.
Assim, o nível de supressão ultrapassava já os 80%, tendo sido efetuados os serviços mínimos (129 comboios).
Segundo a CP – Comboios de Portugal, não circularam comboios de longo curso, operação para a qual não foram decretados serviços mínimos. No caso do serviço regional, foram suprimidos 142 comboios de 172 programados.
Nos urbanos de Lisboa, a paralisação levou à supressão de 235 composições em 300 previstas e no Porto de 139 programados não se realizaram 107. Nos urbanos de Coimbra circularam apenas dois comboios em 18 estimados.
Os trabalhadores da CP cumprem esta segunda-feira um dia de greve, que se repete na quarta-feira, convocada por diversos sindicatos. O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos de 20% para os comboios urbanos e regionais.
Para os sindicatos, “é inaceitável” que a administração da CP, depois de ter garantido que iria estender a todos os trabalhadores um acordo que foi celebrado com uma organização sindical, queira condicionar isso à aceitação da proposta de regulamento de carreiras.
O Governo, a CP e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que tinha convocado uma greve entre 27 de junho e 14 de julho, que foi suspensa, chegaram, recentemente, a acordo. A operadora chegou também a acordo com o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI).
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