Jovens empresários querem “pagar melhores impostos” em Portugal
Novo presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Carlos Carvalho, pede mudanças nas compras do Estado e defende a fiscalidade como “incentivo ao crescimento”, em vez de um “fardo”.
Se as empresas e os empresários são o “motor de dinamização” da economia, o Governo deve assegurar-lhes “mais previsibilidade, estabilidade e condições de crescimento”. Sobretudo às micro, pequenas e médias empresas (PME), que “precisam de um ecossistema e ambiente mais favorável ao seu crescimento”, e aos jovens empresários que têm “o desafio extra da necessidade de financiamento e da incerteza sobre a transformação de uma ideia em real valor de negócio”.
No discurso de tomada de posse como presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), Carlos Carvalho, que substitui Alexandre Meireles ao fim de quatro anos, como o ECO avançou em primeira mão, pediu ao Executivo que concretize as promessas de reduzir a burocracia e incentivar a inovação. E também uma “fiscalidade mais atenta às necessidades das PME portuguesas em crescimento, das startups e scaleups, incentivando por esta via o seu crescimento”.
“O talento humano é um recurso fundamental e o seu custo real faz com que muitas vezes as empresas portuguesas percam competitividade em comparação com as de outros Estados europeus. É, por isso, essencial uma fiscalidade nacional atenta e focada nas necessidades das empresas. Temos de passar a olhar a fiscalidade como um incentivo ao crescimento, em vez de sentirmos, empresários e trabalhadores, que se trata de um fardo. Queremos pagar impostos, sim; mas queremos principalmente pagar melhores impostos”, indicou.
O CEO da tecnológica portuense Adyta, que integrava a direção nacional da ANJE desde fevereiro de 2020, promete “representar com clareza os agentes de mudança que são os jovens empreendedores” e implementar um portal de transparência onde “todos poderão consultar com facilidade o que acontece na associação”, que pretende que seja “a plataforma que facilite e estimule a ligação entre investidores e os jovens empresários.
Se o Estado tem necessidade de comprar, de se modernizar e/ou de recorrer a determinados serviços, que o faça mais junto das empresas nacionais.
Perante Carlos Abreu Amorim, secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, e Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto, o engenheiro de 40 anos apelou às entidades públicas para definirem políticas de procurement que incentivem a compra de produtos e serviços resultantes da inovação nacional.
“Se o Estado tem necessidade de comprar, de se modernizar e/ou de recorrer a determinados serviços, que o faça mais junto das empresas nacionais e que esse processo, no caso específico de empresas inovadoras, seja feito também com um sentido de apoio a esse crescimento”, completou.
No primeiro discurso como líder máximo da ANJE, em que terá como vice-presidentes Nuno Malheiro (diretor comercial da AMF Safety Shoes), Gonçalo Simões de Almeida (partner da KGSA) e Filipa Pinto de Carvalho (sócia fundadora da AGPC e da Here Partners) – Miguel Moreira da Silva vai comandar a Mesa da Assembleia Geral e Catarina Azevedo o Conselho Fiscal –, Carlos Carvalho disse ainda que pretende incluir os empreendedores estrangeiros, que são cada vez mais a viver em Portugal, nas atividades da associação.
Em junho, a poucas semanas da realização do evento de moda e depois de nas anteriores três edições ter recorrido a capitais próprios para concretizar o projeto, a Associação Nacional de Jovens Empresários decidiu cancelar a edição do Portugal Fashion por não ter conseguido “reunir em tempo útil todos os apoios necessários que permitiriam garantir a qualidade do evento”.
Na tomada de posse, Carlos Carvalho notou que “nem sempre é simples manter vivos eventos que se tornam tradições”, sendo importante “adaptá-los aos tempos”. “Tem sido pública a dificuldade de realização do Portugal Fashion nos últimos anos. Temos esperança e vontade de que rapidamente o evento volte a acontecer e seguramente acontecerá. Resultará do excelente trabalho de reconfiguração, reestruturação e adaptação que a direção que hoje deixa de liderar a ANJE nos deixa”, concluiu.
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