Skypro de Ermesinde ganha contratos milionários para calçar companhias aéreas do Médio Oriente

Com escritório no Dubai desde 2022, a portuguesa Skypro vai fornecer oito mil pares de sapatos para o Médio Oriente. Emprega 32 pessoas, fatura 8,7 milhões e veste e calça tripulações de todo o mundo.

Fundada em 2004, a portuguesa Skypro, especializada em uniformes e calçado, ganhou três novos contratos no valor de 1,3 milhões de euros para calçar a tripulação de cabine, os pilotos e o pessoal de terra das companhias aéreas Royal Jordanian Airlines, Air Arabia e FlyDubai. A empresa portuguesa produz anualmente mais de 130 mil pares de sapatos e meio milhão de peças de vestuário para mais de 40 clientes.

“A Skypro vai fornecer oito mil pares de sapatos para estas três companhias aéreas”, conta ao ECO, Jorge Pinto, fundador da Skypro. O gestor da empresa de Ermesinde, que emprega 32 pessoas e fatura 8,7 milhões de euros, detalha que o “contrato com a FlyDubai tem o valor de 700 mil euros, o da Air Arabia 350 mil e o da Royal Jordanian Airlines cerca de 200 mil euros”.

Reclamando ter sido a empresa responsável pelo “primeiro sapato do mundo certificado para a indústria da aviação”, Jorge Pinto assegura que “hoje é um produto de referência para as companhias aéreas”.

Além da sede em Ermesinde, a Skypro tem escritórios em Oeiras, no Dubai e em Atlanta. “A filial do Dubai está extremamente ativa. Estamos a aumentar o número de participações em concursos e o facto de termos um escritório local permite que a empresa trabalhe com as potenciais clientes”, nota o gestor. Desde o final do ano passado que a empresa veste os pilotos da Emirates e fornece anualmente cerca de 80 mil pares de sapatos para a Qatar Airways.

Estamos a aumentar o número de participações em concursos e o facto de termos um escritório no Dubai permite que a empresa trabalhe com as potenciais clientes.

Jorge Pinto

Fundador da Skypro

O porta-voz adianta ainda ao ECO que a empresa está atualmente “envolvida num concurso com montantes muito significativos” para vestir os profissionais do aeroporto do Dubai e noutro para fornecer o handling da Dnata, a Agência Nacional de Viagens Aéreas do Dubai.

A empresa liderada por Jorge Pinto tem como principais clientes a Emirates, a NetJets, a Norse Atlantic Airways ou a Royal Air Maroc, sendo que o vestuário pesa cerca de 60% do volume de negócios. Subcontrata a produção em empresas têxteis e de calçado de Portugal (30% do total), em Marrocos e na Ásia.

Em Portugal trabalha com a TAP (calçado, cintos, luvas e carteiras), com a SATA, com a Hi Fly e ainda com a NetJets em Oeiras. Jorge Pinto refere que a empresa nortenha está neste momento a concorrer ao fornecimento de uniformes para a companhia nacional de bandeira.

Jorge Pinto, fundador da SkyproSkypro

No próximo ano planeia abrir escritórios na Alemanha e França. Jorge Pinto explica que “são os mercados que têm empresas com mais de mil trabalhadores”, precisamente a dimensão que procura fornecer.

Além do setor da aviação, a Skypro fornece ainda companhias de cruzeiro, hotéis ou a polícia sueca. É responsável pelo design, engenharia de construção dos tecidos, produção e distribuição dos uniformes para cada trabalhador. “Estamos bastantes focados em não depender apenas do setor da aviação, a cesta onde tínhamos todos os ovos antes da pandemia. Isso criou-nos bastantes dificuldades”, recorda Jorge Pinto.

Consciente da pegada carbónica, Jorge Pinto assegura que, “a partir de 2026, a Skypro só vai vender uniformes aos clientes que os aceitarem devolver para serem reciclados”. Paralelamente a empresa orgulha-se ser a “primeira empresa do mundo [deste segmento] a entregar publicamente um relatório de sustentabilidade“. “Não conhecemos nenhuma PME na área dos uniformes que tenha entregue este relatório”, afirma o empreendedor, natural de Lisboa.

 

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