Plataforma portuguesa já faz “match” entre 15 mil enfermeiros e turnos

Só entre janeiro e junho, a MyCareForce já possibilitou o preenchimento de 15 mil turnos em unidades de saúde em Portugal. Conta com 17.500 profissionais inscritos, dos quais 15 mil enfermeiros.

De um lado estão os enfermeiros e auxiliares de saúde. Do outro, as unidades de prestação de cuidados de saúde que procuram profissionais para preencherem turnos. A fazer a ponte está, há três anos e meio, a plataforma portuguesa MyCareForce. Em conversa com o ECO, Pedro Cruz Morais, um dos fundadores, adianta que só no primeiro semestre deste ano a plataforma possibilitou o preenchimento de 15 mil turnos. Estão inscritos, neste momento, mais de 17 mil utilizadores, dos quais 15 mil são enfermeiros.

João Hugo Silva (à esquerda) e Pedro Cruz Morais são os líderes e fundadores da MyCareforceDR

“Temos crescido bastante. Éramos dois fundadores em 2021 a levar a empresa para a frente. Ao fim de três anos e meio, temos uma equipa de 30 pessoas, entre Portugal e Brasil. Temos 17.500 utilizadores, dos quais 15 mil são enfermeiros“, avança o responsável da plataforma que “aplica a gig economy [economia de partilha] ao setor da saúde”.

Segundo Pedro Cruz Morais, apesar de a MyCareForce se destacar das agências “mais tradicionais”, por ser tecnologicamente inovadora, engana-se quem acha que só tem profissionais mais jovens. “Temos todas as faixas etárias”, garante o fundador. “Aliás, os primeiros enfermeiros até eram já mais experientes. Acho que isso contribuiu para a validação da plataforma e para crescermos“, sublinha.

E com os tais 17.500 profissionais inscritos e 70 unidades de saúde associadas, a MyCareForce possibilitou, entre janeiro e junho deste ano, o preenchimento de 15 mil turnos, o equivalente a 129 mil horas de trabalho, que se traduzem em 1,7 milhões de euros transacionados, destaca o mesmo.

O primeiro semestre da MyCareForce
15 mil turnos preenchidos
129 mil horas de trabalho
1,7 milhões de euros transacionados

Pedro Cruz Morais acredita que o negócio ainda crescerá mais nos próximos tempos, até porque há cada vez mais unidades de prestação de cuidados (de hospitais públicos e privados a clínicas, passando por laboratórios e residências) a publicar turnos nesta plataforma. “Cada vez publicam mais”, assegura o empreendedor.

Brasil ultrapassa Portugal já em 2025

Ainda que tenha nascido em Portugal, a MyCareForce também já está no Brasil, país onde o potencial de crescimento, prevê Pedro Cruz Morais, é imenso. “A operação no Brasil ainda não ultrapassou a operação em Portugal, mas, pelo potencial que o mercado tem, irá ultrapassar. Ainda não este ano, mas já no início do próximo ano“, projeta o responsável.

Numa entrevista ao ECO na primavera, João Hugo da Silva, também fundador desta plataforma, tinha adiantado que a operação brasileira deveria ultrapassar a portuguesa nos próximos dois anos. As declarações de Pedro Cruz Morais significam, portanto, que tal deverá acontecer mais cedo do que inicialmente previsto.

De resto, a MyCareForce já conta com dez unidades de saúde associadas no Brasil, reconhecendo o referido empreendedor que há sempre desafios ao chegar a um novo mercado, ao “levantar uma operação do zero“. “Mas temos muitas aprendizagens feitas em Portugal e temos agora de construir clientes. Já temos alguma tração“, frisa.

Quanto ao concorrência, tanto no Brasil como em Portugal, Pedro Cruz Morais adianta que a MyCareForce tem de fazer frente às agências tradicionais de outsourcing, mas elege a digitalização e flexibilidade como elementos que põem esta plataforma em vantagem na corrida.

Distinguimo-nos completamente do modo tradicional. Temos tudo digitalizado“, sublinha o fundador, que lembra que, nas demais agências, o processo ainda tende a ser mais moroso e menos ágil.

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