Ministro da Agricultura não quer regiões “umas contra as outras” por destilação do vinho

  • Lusa
  • 8 Agosto 2024

"Não quero andar aqui a pôr as regiões umas contra as outras, mas é verdade que a produção de vinho numa região é diferente da de outra região", referiu José Manuel Fernandes.

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, disse esta quinta-feira que não quer “andar a pôr as regiões umas contra as outras” devido ao preço por litro da destilação do vinho, admitindo que há diferenças na produção.

O governante, que visitou a fábrica de conservas Ramirez, em Matosinhos, respondeu assim a críticas sobre o preço aplicado à destilação do vinho, um método para aproveitar o álcool da produção, que está com elevados stocks e dificuldades de escoamento. A Federação Nacional das Adegas Cooperativas de Portugal (Fenadegas) contestou o preço pago pelo litro de vinho destilado, notando ser um “total desrespeito” pelas denominações de origem, e antecipou a revolta dos agricultores.

“Eu não quero andar aqui a pôr as regiões umas contra as outras, mas é verdade que a produção de vinho numa região é diferente da de outra região”, referiu. “Se perguntar a uma região se aceitava que o que ela paga e que está cativado pudesse ir para outra, tenho dúvidas que houvesse essa aceitação e é impossível termos um algoritmo que traduzisse com absoluta justiça” aquilo que é “o preço por litro”.

O governante lembrou que Portugal conseguiu 15 milhões de euros provenientes de verbas europeias para apoiar neste esforço, sendo que, o diploma que foi publicado em Diário da República, em 5 de agosto, que define as normas de execução do apoio em causa, determina que todo o vinho a destilar seria pago a 0,42 euros por litro.

O ministro disse ainda que, em relação ao Douro, onde também se têm registado manifestações, foram adicionados 0,33 euros a este valor. O governante pretende ainda “aumentar enormemente a fiscalização no que diz respeito à entrada ilegal de vinho” em Portugal. “Eu entendo muito bem as dificuldades”, assegurou, adiantando que está “permanentemente no terreno”, acrescentando que “começa a haver quase desespero” no setor, voltando a realçar que esta medida é um “paliativo”.

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