Super Powell dá gás às bolsas, euro, petróleo e ouro
Mercados seguiram o guião esperado depois de o presidente da Fed ter praticamente anunciado que vai cortar as taxas de juro em setembro.
Bolsas, euro, petróleo e ouro em forte alta: os mercados seguiram o guião esperado depois de o presidente Jerome Powell ter praticamente anunciado que a Reserva Federal americana vai cortar as taxas de juro na reunião de setembro.
“O momento chegou”, declarou um ‘super Powell’ em Jackson Hole num dos mais aguardados discursos do ano.
“A direção a seguir é clara e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspetivas e do equilíbrio dos riscos”, acrescentou.
Para os analistas não há dúvidas de que Powell “confirmou” que vem aí uma descida das taxas de juro no encontro agendado para 17 e 18 de setembro face aos níveis mais elevados em mais de duas décadas.
“O mercado aposta num corte de 25 pontos base, mas o relatório do emprego do dia 6 de setembro vai determinar o que vai acontecer”, explicou o economista chefe do banco ING, James Knightley. “A Fed não quer um enfraquecimento adicional, por isso um aumento da taxa de desemprego para 4,4% ou 4,5% poderá desencadear um corte de 50 pontos”, salientou o responsável.
Para os investidores também já não existe grande incerteza em relação ao rumo da política monetária nos EUA depois da intervenção de Powell.
Reflexo desse otimismo: o S&P 500, que integra as maiores empresas dos EUA, acelerou os ganhos e avança mais de 1% para 5.627,86 pontos, na perspetiva de que o corte de juros vai beneficiar os resultados empresariais, ou pelo menos evitar um abrandamento da economia ou mesmo recessão.
Por cá, o PSI fechou com ganhos de 0,80% para 6.698,07 pontos, com 14 cotadas em alta e os pesos pesados EDP Renováveis, EDP e BCP a avançarem mais de 1%. A bolsa de Lisboa acompanhou os ganhos do Stoxx 600, que somou 0,5%.
Lisboa fecha semana em alta
Fonte: Reuters
Também o mercado cambial colocou a teoria na prática: uma previsível descida das taxas de juro tira força a moeda (dando força à contraparte). Após as palavras de Powell, o euro disparou para 1,1191 dólares, valor mais elevado desde julho do ano passado.
Euro dispara
Fonte: Reuters
Idem aspas para o mercado do petróleo: como é negociado em dólares, o enfraquecimento da nota verde representa um impulso comprador – para lá do que uma descida de juros contribuiu para o aumento da atividade económica e, consequentemente, da procura de petróleo.
O crude WTI negociado em Nova Iorque valoriza 1,88% para 74,39 dólares por barril e, em Londres, o Brent aprecia 1,79% para 78,58 dólares. Resta saber se irá interromper a tendência decrescente que o ouro negro vem registando nas últimas semanas.
Brent sobe 2%
Fonte: Reuters
O ouro, que já estava em tendência de subida com a hipótese de a Fed começar a descer os juros, reforçou essa trajetória: a onça aprecia mais de 1% para 2.516,5 dólares e quebra novo recorde.
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