Startup Leiria já com 150 empresas e planeia extensão do espaço de incubação para novos concelhos

Startup Leiria já tem uma lista de espera de mais 20 empresas para incubação física e estuda expandir espaço de incubação para Alcanena e Batalha.

A Startup Leiria já tem 150 empresas incubadas e está a estudar com os municípios de Alcanena e Alcobaça a extensão do espaço de incubação. Leiria foi considerado o quinto maior ecossistema de inovação e empreendedorismo do país pelo “Global Startup Ecosystem Index 2024”, da StartupBlink.

“O dinamismo do ecossistema empreendedor de Leiria pode ser atribuído à forte cultura de inovação e à colaboração entre diferentes setores. A existência de uma rede robusta que inclui o IPLeiria (fundamental a nível de geração de conhecimento, spinoffs, colaboração, etc.), a Câmara Municipal de Leiria, a Nerlei, mas também empresas como a Void, Xgeeks, Incentea, etc. é prova disso”, aponta Vítor Ferreira, CEO e cofundador da Startup Leiria, ao ECO, quando instado a comentar a subida de 33 posições (para o 606.º lugar a nível global), de Leiria, segundo a mais recente análise ao ecossistema de empreendedorismo da StartupBlink.

Leiria está, neste momento, num processo de transformação, juntando o dinamismo industrial do passado (moldes, plásticos, vidro, desenvolvimento de produto e agroindústria) a empresas intensivas em conhecimento. A Bhout, por exemplo, é uma das nossas incubadas que combina IA, computer vision, com sensores, couro vegan, peças de plástico, espumas, estruturas metálicas, de empresas da região, controlando o modelo de negócio e a geração de valor”, refere ainda. Por outro lado, destaca, “Leiria tem uma qualidade de vida e oferta cultural única que permite atrair talento – estando a 20 minutos da praia, da serra e a 1h15 de Lisboa e do aeroporto.”

No último semestre a Startup Leiria registou um crescimento de 19% no número de incubadas, um total de 24 empresas e mais de 40 projetos. Hoje apoia cerca de 150 empresas, das quais 30 correspondem a projetos internacionais.

“Das empresas que entraram no primeiro semestre no ecossistema, a principal área de atuação é a Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que depois se inserem em diversos setores como indústria, agroalimentar, saúde, entre outros. Estes projetos são maioritariamente de origem portuguesa, mas existem vários projetos oriundos da Rússia (devido ao programa Startup Visa), Brasil e até Alemanha”, destaca Vítor Ferreira. Estes novos projetos geram cerca de 100 empregos.

A Startup Leiria tem vindo a levar a cabo esforços para atrair startups a instalar-se na região, tendo participado em projetos como o “Test4Food (um programa que pretende apoiar o desenvolvimento de novos produtos e serviços no setor agroalimentar)”, na “organização de eventos ligados ao empreendedorismo e a temas adjacentes (por exemplo o Talent Summit, um evento focado na gestão de RH que contou com mais de 180 participantes)”, bem como no “estabelecimento de parcerias com entidades nacionais e internacionais”.

Existe ainda “um forte programa de parcerias internacionais e nacionais –- hoje contamos com mais de 60 parceiros no mundo todo”, refere o cofundador da Startup Leiria que destaca ainda a iniciativa do Portugal Ventures, em conjunto com a Nerlei, CIMRL, Respol, de criar um fundo de capital de risco que “trouxe um boost acrescido.”

O “Região de Leiria Crescimento” visa investir em empresas desta zona do país com projetos inovadores e que operem sobretudo nas áreas da economia verde e eficiência energética, TIC e smart mobility, ciências da vida e biotecnologia. O objetivo é investir em “projetos de potencial de crescimento e impacto nas exportações, projetos de sucessão nas empresas e projetos assentes em operações de concentração, sendo que os montantes de investimento serão, preferencialmente, entre 250 mil euros até 1,5 milhões de euros por empresa”, referiu António Poças, presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria / Câmara de Comércio e Indústria (NERLEI CCI), em junho.

E o município de Leiria, adianta o responsável da Startup Leria, poderá seguir o exemplo do Porto ou Fundão e avançar com a atribuição de benefícios fiscais para atrair mais empresas a instalar-se no concelho. “Leiria está a caminhar nesse sentido também. A necessidade de rejuvenescer o tecido económico e empresarial leva a que sejam tomadas medidas mais atrativas. Neste momento, têm existido conversações entre a Câmara Municipal de Leiria e a Startup Portugal, de forma a entender aquilo que faz mais sentido estabelecer”, diz o cofundador da Startup Leiria sem mais detalhes.

Aposta na atração de startups internacionais

Das mais de 150 incubadas, 30 são internacionais de geografias como Brasil, EUA, Ucrânia, Rússia, Índia e Quénia. Atrair startups internacionais é uma das linhas de atuação da incubadora.

“Esse tem sido também um esforço muito grande da nossa parte. A participação em projetos internacionais, a integração de redes como a EBN e do projeto Startup Visa são etapas que têm permitido aumentar o número de startups de origem estrangeira”, adianta Vítor Ferreira.

Este ano, por exemplo, realizámos um programa de aceleração em Health Tech, com universidades da Áustria e Sérvia, lançamos um piloto de softlanding com incubadoras da Polónia e República Checa, fizemos formação no Quénia e vamos participar em formação em Angola, em parceria com a EBN.

“A imprevisibilidade dos tempos que correm não nos permite focar em apenas um ou dois mercados. Contudo, tendo em conta os dados mais recentes, a nossa tração tem passado muito por países como o Brasil, mas também Rússia e Ucrânia. Temos ainda uma iniciativa conjunta com parques tecnológicos no Brasil e entidades de política regional desse país — já fizemos inclusive hackathons e programa de aceleração internacionais –, que tem gerado alguns frutos”, diz.

“A nossa relação com o nosso incubado FCamara (uma software house brasileira que fez de Leiria a sua sede europeia, que conta com mais de mil colaboradores e um valor de mercado acima dos mil milhões), tem permitido criar laços no Brasil. Paralelamente, através de um dos nossos associados, a Void — outra software house — temos criado laços nos EUA”, descreve.

“Este ano, por exemplo, realizámos um programa de aceleração em Health Tech, com universidades da Áustria e Sérvia, lançamos um piloto de softlanding com incubadoras da Polónia e República Checa, fizemos formação no Quénia e vamos participar em formação em Angola, em parceria com a EBN”, sintetiza o cofundador da Startup Leiria.

Extensão de espaço de incubação para novos municípios

No ano passado o volume de negócios da incubadora cresceu 109%, tendo até junho destes ano atingido a ocupação máxima dos escritórios. “Já temos uma lista de espera de mais 20 empresas para incubação física”, adianta o responsável.

“Para responder a esta procura, nos últimos meses, temos estado em conversações com a Câmara Municipal de Alcanena, com a qual vamos firmar uma parceria, a fim de alargarmos a nossa rede de escritórios para esta zona até ao final do ano”. O município de Batalha está igualmente a ser estudado.

A associação oferece incubação de forma física, em Olhalvas, virtual e um espaço de coworking no Mercado Municipal de Leiria, mediante a colaboração com a Câmara Municipal de Leiria e mais de 60 parceiros estratégicos, dos quais 41 são associados. La Redoute, Delta, Novo Banco, Lusiaves, Municípios de Leiria e Ourém, Instituto Politécnico de Leiria e Nerlei, e de parceiros, como IAPMEI, Portugal Ventures, Turismo de Portugal e Startup Portugal são alguns dos parceiros da incubadora pelo qual já passaram mais de 600 projetos.

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