Startup mais promissora da Web Summit Starkdata aponta mira aos EUA e Reino Unido

Depois de fechar parceria com a norte-americana Mega.AI, a startup portuguesa de analítica preditiva com recurso a IA aponta, já para 2025, mira ao mercado externo. Arranca com ronda em outubro.

Equipa Starkdata

A Starkdata, considerada uma das startups mais promissoras na edição do ano passado da Web Summit, fechou uma parceria com a norte-americana Mega.AI e está a dar gás ao plano de expansão internacional. A startup portuguesa de analítica preditiva com recurso a IA aponta, já para 2025, mira aos Estados Unidos, Reino Unido e Suíça.

“Portugal é um mercado que nunca iremos descurar. É aquele onde nascemos e que permitiu que chegássemos até aqui. Em termos de mercados externos, estamos muito focados nos EUA, que é difícil apesar da sua dimensão, e também no Reino Unido e na União Europeia”, adianta Paulo Figueiredo, CEO da Starkdata, ao ECO.

2025 é o ano em que projetamos conseguir os nossos primeiros clientes nos EUA, iniciar os contactos com empresas no Reino Unido, aumentarmos as nossas vendas em Portugal e entrarmos em mais países da Europa“, detalha o gestor.

A parceria recentemente fechada com a norte-americana Mega.AI vai dar impulso a esse crescimento. “É uma parceria no verdadeiro sentido do termo. A Starkdata e a Mega.AI perceberam o enorme valor para os seus clientes de uma oferta conjunta e integrada de ambos os seus produtos: chatbots de voz e analítica preditiva de clientes”, começa por explicar Paulo Figueiredo.

“A Starkdata fornece indicadores preditivos aos chatbots da Mega.AI que interagem com os clientes tornando-os mais eficazes, por seu lado, a Starkdata obtém dados em tempo real de interações com clientes que integra na sua analítica preditiva de cliente. Uma verdadeira simbiose de tecnologia IA”, continua.

A parceria “traduz-se também na abordagem em conjunto de clientes no mercado europeu e norte-americano, por partes das equipas comerciais da Mega e da Starkdata”, acrescenta. “Para nós é um excelente canal de distribuição da nossa plataforma, e uma forma muito rápida de entrar em novos mercados com estes parceiros, que têm sido verdadeiramente extraordinários”, aponta.

A internacionalização vai ser assim agilizada pela “comercialização de produto via canais de parceiros, que é a forma preferencial pois minimiza custos de estrutura”. Mas não só. A entrada no mercado externo passa “também por estabelecermos a nossa presença, mas apenas nos mercados que o justifiquem pela sua dimensão e pelo potencial de negócio. O objetivo são os EUA, mas estamos também a avaliar o Reino Unido e a Suíça, para os quais fomos já convidados.

Ronda de investimento a partir de outubro

Há quatro anos no mercado, a startup tem sido até ao momento financiada com meios próprios. “E fizemos questão de o ser. Acredite que ter uma startup de produto tecnológico para empresas, self-funded, durante quatro anos em Portugal, dois dos quais em pandemia, não é tarefa fácil. O capital pertence na sua totalidade aos fundadores, mas será alargado a colaboradores chave, e é neste momento de 130.000 euros”, adianta Paulo Figueiredo.

Mas o objetivo de entrada em novos mercados “vai necessariamente exigir o levantar de capital, pois é muito difícil fazê-lo apenas com recursos próprios”, admite. “Mas não estamos reféns do sucesso desta operação para fazermos aquilo que temos de fazer, com maior ou menor exigência vamos efetuar a internacionalização da Starkdata”, garante o gestor.

Paulo Figueiredo, da Starkdata

Ir ao mercado deverá acontecer em breve. “Vamos iniciar o processo de ronda de investimento a partir de quarto trimestre deste ano (outubro), e gostávamos de o concluir até ao fim do segundo trimestre de 2025 (junho)”, adianta Paulo Figueiredo, quando questionado sobre os prazos para uma ida ao mercado, embora sem adiantar montantes alvo.

“Em relação a montantes é prematuro estarmos a falar publicamente, mas o que podemos dizer é que é nossa preferência ter um grupo de investidores nacionais e internacionais, com capacidade de desenvolver o negócio da empresa em novos mercados e no mercado nacional”, refere, sem mais detalhe.

Equipa deverá crescer

Neste momento, a Starkdata tem uma equipa de 10 pessoas. “Esperamos um crescimento de 50% em 2025 apenas para o negócio nacional. A expansão internacional exigirá, pelo menos, um crescimento de 100%, mas que ocorrerá de forma faseada e com seleção criteriosa”, diz Paulo Figueiredo.

“Temos um processo de recrutamento que acabou de concluir, para as vagas de Data Science e Full Stack. Mas iremos abrir um novo processo de recrutamento para Front End, Full Stack, AI Engineer e também para pessoas com formação em Matemática Discreta, Estatística ou Física. Este novo processo iniciar-se-á em 2025 e escolheremos os três melhores candidatos”, precisa.

“Temos um modelo de trabalho híbrido mas com uma forte componente presencial. Estamos a construir um produto disruptivo e inovador que queremos internacionalizar, que só se consegue com uma equipa coesa e forte espírito de entreajuda. Isso é muito difícil de se conseguir de forma não presencial”, considera.

Objetivos de negócio: duplicar faturação

“O nosso objetivo é crescer o negócio de forma sustentável e rentável, e por isso focamo-nos sobretudo na rentabilidade das vendas e dos capitais próprios”, diz o CEO quando questionado sobre os objetivos de negócio da empresa.

“Para 2025 temos como objetivo duplicar a nossa base de clientes, duplicar a nossa faturação e entrar em três novos mercados. Isto mantendo uma rentabilidade ajustada ao nosso nível de risco. É uma equação muito difícil, talvez ambiciosa demais, mas se fosse nosso hábito escolher o caminho mais fácil, não estávamos aqui”, diz.

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