Portugal pede a Bruxelas maior integração de fundos para investimentos no setor da água
Países do Mediterrâneo querem que a Comissão Europeia concretize "rapidamente" a estratégia para a água face aos desafios de região relacionados com a escassez de recursos hídricos.
Portugal juntou-se a mais oito países do Mediterrâneo no apelo à Comissão Europeia para que a estratégia para a água seja concretizada “rapidamente” face à necessidade de ser dada uma resposta aos desafios de região relacionados com a escassez de recursos hídricos.
A carta surge na sequência de uma reunião que decorreu no Chipre no início deste mês e na qual o ministro da Agricultura e Pescas esteve presente. Dessa reunião, saiu também um comunicado no qual José Manuel Fernandes defende que haja uma maior “complementaridade entre fundos europeus, instrumentos financeiros e Orçamento do Estado” para financiar investimentos para armazenamento e uma rede de distribuição eficiente da água aos agricultores.
Na reunião, revela o comunicado do Governo, o responsável realçou também a importância estratégica da água para o desenvolvimento da agricultura em Portugal e lembrou que o financiamento para o armazenamento e a distribuição de água para a agricultura e para o consumo humano é uma prioridade para o Governo. Para a concretização deste objetivo, José Manuel Fernandes encara o financiamento europeu como uma “alavanca fundamental para alcançar este objetivo”.
Mas os MED 9 vão mais longe e apelam à Comissão Europeia para que concretize “rapidamente” a Estratégia Europeia da Água, face às Orientações Políticas para o próximo mandato do executivo comunitário apresentadas em julho pela presidente von der Leyen. Para os nove países, as “especificidades rurais e locais, bem como a falta de recursos hídricos a longo prazo e as futuras previsões climáticas” pedem para uma ação urgente do executivo comunitário.
Agosto seca barragens de Norte a Sul
Com as temperaturas a subir durante o mês de agosto, a água armazenada nas barragens de norte a sul voltou a diminuir. Segundo o Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos, no espaço de um mês, as reservas desceram em todas as bacias, com exceção do rio Lima.
No boletim mensal, é indicado que das 58 albufeiras monitorizadas, dez apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 15 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total. O Algarve é o local onde as reservas apresentam os valores mais baixos. Na bacia hidrográfica do Barlavento algarvio, a quantidade de água retida desceu de 19% em julho para 16,7% em agosto. Esta bacia continua a ser a que menor quantidade de água tem armazenada em todo o país.
Ainda assim, o SNIRH indica que os armazenamentos deste ano apresentam-se superiores às médias de armazenamento de face ao período homólogo, exceto para as bacias do Lima, Tejo, Mira, Ribeiras do Algarve e do Arade.
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