Portugal junta-se a Espanha e Alemanha na pressão sobre Bruxelas para fechar acordo com Mercosul
Além das assinaturas de Luís Montenegro, Pedro Sánchez e Olaf Scholz a missiva enviada para Bruxelas tem o apoio de mais nove países que pedem que as negociações fiquem concluídas até ao fim do ano.
Portugal, Espanha e Alemanha e mais nove países da União Europeia querem que as negociações com o Mercado Comum do Sul (Mercosul) fiquem concluídas até ao final do ano. “É urgente assegurar os progressos alcançados até à data e encerrar as negociações“, lê-se na carta enviada esta quinta-feira à Comissão Europeia e à qual o ECO teve acesso. A missiva serve para marcar o regresso às negociações, que decorrem desde quinta-feira em Brasília, e pressionar o executivo comunitário a concluir o processo que está congelado desde 2019, em grande parte devido às resistências da França.
“Mais do que prolongar as negociações técnicas, com vista à assinatura do acordo no primeiro semestre de 2025, é necessária uma decisão política”, lê-se no documento.
O ECO sabe que a iniciativa de pressionar Bruxelas partiu de Luís Montenegro, Olaf Scholz e Pedro Sánchez, no entanto, conta ainda com o apoio dos chefes de Governo da Croácia, Dinamarca, Finlândia, Letónia, Suécia, República Checa, Estónia e o Luxemburgo. Os 11 chefes de Governo e de Estado da UE argumentam que um acordo entre a União Europeia e os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a Bolívia) permitiria “criar uma zona de comércio livre que abrangerá mais de 700 milhões de pessoas”, resultando, por sua vez, em mais oportunidades para as empresas.
Ademais, acrescentam, a parceria permitiria ajudar os dois blocos “a minimizar os riscos decorrentes das dependências económicas económicas e a reforçar a diversificação”, isto depois de a União Europeia ter perdido cerca de 15% da sua quota de mercado naquela região, na última década.
Este cenário torna-se ainda mais gravoso perante a possibilidade de “outras potências” terem uma maior margem para ganhar “influência ainda mais forte nos mercados latino-americanos, tanto económica como politicamente”. Para os 11 Estados-membros, a “UE tem de levar a sério a sua vontade de ser um ator geopolítico”, e por isso urgem: “Temos de concluir as negociações agora”.
Esta quinta e sexta-feira os negociadores para o acordo entre a UE e o Mercosul estão reunidos em Brasília. No entanto, de acordo com a imprensa internacional não se prevê que as negociações cheguem a bom porto. A Comissão Europeia quer “garantir que o acordo cumpre os objetivos de sustentabilidade da UE, tendo simultaneamente em conta as preocupações da UE no setor agrícola”, afirma um porta-voz do executivo comunitário à imprensa alemã.
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