Magnify e Banco de Fomento aceleram icónica mota Famel
Marca de motorizadas portuguesa renasce pela mão de Joel Sousa e com dinheiro da Magnify Capital Partners e do Banco de Fomento. Objetivo é chegar às 2.000 unidades por ano em 2029.
A Magnify Capital Markets e o Banco de Fomento investiram 2,45 milhões de euros na Famel, marca portuguesa de motorizadas refundada em 2021 por Joel Sousa, anunciou a empresa esta terça-feira. Foi ainda aberta uma nova ronda de investimento destinada a pequenos investidores, com um capital mínimo de 10.000 euros. Com perto de 100 encomendas em carteira, as primeiras motos, exclusivamente elétricas, serão entregues no próximo ano. Objetivo é chegar às 2.000 unidades anuais em 2029.
O investimento é realizado pelo Fundo NOVUS, gerido pela Magnify Capital Partners, uma sociedade de capital de risco portuguesa, em parceria com o Banco de Fomento, que detém 63% do fundo. “Quando este projeto nos apareceu, a primeira reação foi apaixonada. Todos conhecemos estas motas, fazem parte da nossa juventude”, afirmou Pedro Ortigão Correia, um dos sócios da Magnify, durante a apresentação no Palácio do Visconde, em Lisboa.
Nascida em Águeda em 1949, a Famel foi à falência em 2002. Joel Sousa adquiriu a marca e relançou-a em 2021 como uma mota elétrica baseada na mítica XF-17, lançada em 1975. A E-XF é lançada em duas versões, Café Racer e Clássica, com um preço base de 6.500 euros.
Com uma potência máxima de 5 KW e velocidade máxima de 100 km/h, é equipada com duas baterias que permitem uma autonomia máxima de 120 km em circuito citadino. Terá ainda uma aplicação para smartphones com o objetivo de tornar a mota “uma extensão da pessoa”, relata Joel Sousa.
O empresário afirmou que as primeiras 100 unidades serão entregues na primavera do próximo ano, com o número a subir para 800 unidades em 2026, chegando às 2.000 em 2029. No acumulado deste período, a Famel pretende vender 7.000 motas. “Queremos que a mota seja o mais portuguesa possível”, referiu o CEO. Cerca de 80% dos componentes serão europeus e metade portugueses. A produção será localizada em Anadia, através de um parceiro, tirando partido da capacidade industrial da região no fabrico de bicicletas para a Europa.
Mercado da saudade e novos investidores
O CEO da Famel adiantou que a marca tem suscitado interesse junto dos emigrantes portugueses em países como França ou Luxemburgo, mas o objetivo é exportar para toda a Europa. A estratégia passa ainda por criar uma comunidade à volta da marca e torná-la uma “experiência social”. Joel Sousa relatou que um dos primeiros clientes comprou a mota “para pôr na sala”.
O fundo NOVUS ficará com a quase totalidade do capital da empresa, mas quer atrair mais investidores. “Chegámos à conclusão que havia uma série de investidores que gostariam de participar neste projeto e decidimos também vir a abrir o fundo de investimento a investidores que queiram fazer parte desta história”, explica Pedro Ortigão Correia. Entre os interessados estão clientes das primeiras encomendas. O investimento mínimo é de 10 mil euros.
O investimento total previsto nesta fase é de 3 milhões de euros. Pedro Ortigão Correia garante que o projeto não precisa de mais capital para arrancar, mas havendo mais dinheiro disponível será possível, por exemplo, acelerar o processo o processo de internacionalização.
A Famel é um dos dez investimentos previstos pela fundo NOVUS, criado para investir em empresas em fase de arranque ou numa fase de crescimento e expansão. “Para nós é crítico num projeto destes que exista marca, competência, mercado e sobretudo capacidade para esse mercado se expandir para fora de portas. Como sociedade de capital de risco procuramos projetos sustentáveis, com a sua dose risco, mas que apresentem potencial de crescimento lá à frente para os nossos investidores serem bem remunerados”, afirma o sócio da Magnify Capital Partners.
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