“A inflação irá cair para 2% ao longo de 2025”, vaticina Lagarde
A presidente do BCE mostrou-se confiante no controlo da inflação na Zona Euro, mas notou que "os riscos para o crescimento da Zona Euro estão enviesados para o lado negativo".
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu, por unanimidade, reduzir as taxas de juro diretoras pela segunda vez este ano, sinalizando uma mudança na política monetária do banco central
No decorrer da conferência de imprensa após o anúncio da decisão, Christine Lagarde, presidente do BCE, justificou a decisão afirmando que “os dados nos confortam de que estamos a caminho da meta” de inflação de 2%, notando que “a trajetória descendente das taxas de juro é bastante óbvia”, dado que as pressões inflacionistas estão a diminuir, embora de forma gradual.
Todavia, Lagarde reforçou a mensagem presente no comunicado do Conselho do BCE, sublinhando que “não há qualquer comprometimento com uma decisão para a reunião de outubro.”
“O crescimento dos custos unitários do trabalho continuará a diminuir”, declarou Lagarde, acrescentando que “o crescimento global dos custos laborais está a moderar-se”. No entanto, alertou que “o crescimento dos salários negociados permanecerá elevado e volátil durante o resto de 2024”.
Quanto ao futuro da economia da Zona Euro, Lagarde mostrou-se cautelosamente otimista: “Espero que a recuperação se fortaleça ao longo do tempo à medida que os salários aumentam”. Contudo, reconheceu que “com base em inquéritos, a recuperação está a enfrentar ventos contrários”.
Christine Lagarde salientou que “as políticas orçamentais e estruturais devem visar o aumento da produtividade”, numa clara mensagem aos governos da Zona Euro.
A líder do BCE revela que a autoridade monetária da Zona Euro mantém uma postura vigilante, sublinhando que “os riscos para o crescimento estão enviesados para o lado negativo”. A presidente do BCE destacou ainda que “o mercado de trabalho é resiliente”, mas advertiu que “os inquéritos apontam para uma maior moderação na procura de mão-de-obra”.
Relativamente às condições financeiras, Lagarde afirmou que “os custos de financiamento permanecem restritivos” e que “o crescimento do crédito está lento devido à fraca procura”. No entanto, acrescentou que “a diminuição da restrição da política monetária deverá apoiar a economia”.
A presidente do BCE salientou ainda a importância das políticas nacionais, notando que “as políticas orçamentais e estruturais devem visar o aumento da produtividade”, numa clara mensagem aos governos da Zona Euro.
Esta decisão do BCE marca uma nova fase na política monetária europeia, equilibrando cuidadosamente o combate à inflação com o apoio ao crescimento económico.
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