Pedro Reis apela à atração de jovens talentos para impulsionar Portugal

  • Lusa
  • 14 Setembro 2024

O ministro da Economia diz que "precisamos de mais gente nova" que venha para Portugal "por opção e não obrigação" para potenciar o crescimento, e defende a redução transversal da carga fiscal.

A economia e o futebol nacionais estão alinhados pelo desafio da internacionalização, apontou hoje o ministro da Economia, Pedro Reis, observando semelhanças no percurso de “crescimento sustentável” dos dois setores.

Quanto mais singrarmos internacionalmente, mais capacidade haverá para ter ambição. Quanto mais talento atrairmos, mais capacidade vamos ter na obtenção de resultados. O futebol arrasta áreas de desenvolvimento de competências da economia, tais como as infraestruturas, o turismo, o comércio, o merchandising, os serviços ou as tecnologias”, caracterizou.

A influência da modalidade no progresso económico do país foi abordada pelo governante na abertura do terceiro e último dia da cimeira Thinking Football, que tem promovido debates com oradores nacionais e internacionais desde quinta-feira, no Pavilhão Rosa Mota, no Porto, sob organização da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

Quando a indústria do futebol e do desporto em geral está bem, isso alimenta e lubrifica a economia portuguesa. Por outro lado, à medida que a economia avança e vai municiando diversos setores para se tornarem mais fortes, capitalizados, dinâmicos e inovadores, gera um impacto positivo no mundo do futebol. Estamos umbilicalmente ligados e virtuosamente ligados. É bom que assim seja”, admitiu.

Precisamos de mais gente nova, que venha com perspetivas de crescimento e desenvolvimento em Portugal, mas que o faça por opção, não por obrigação.

Pedro Reis

Ministro da Economia

Convicto de que o futebol “pode posicionar bem Portugal como destino de turismo ou de investimento”, Pedro Reis enalteceu as receitas geradas pela modalidade em direitos audiovisuais, merchandising, patrocínios ou transferências, sinal de “uma economia a mexer”.

“Temos de propor crescimento económico, que se faz pelo investimento privado atraído no estrangeiro. A internacionalização é o desafio último da economia portuguesa. Depois, há um desafio de escala. A escala não tem hoje de ser só pela dimensão do país e da economia, até porque é feita em rede na economia global. Eu acho que o melhor que posso fazer como ministro da Economia é ir lá fora captar investimento para Portugal”, sustentou.

O governante apelou ainda à capacidade de “pensar diferente numa Europa envelhecida”, admitindo que o país “tem de ser mais focado na execução de resultados”, mesmo que “não consiga passar muitas vezes da investigação e desenvolvimento para a inovação nas empresas”.

“Isto tudo tem uma chave, que incide no talento e nas pessoas. Precisamos de mais gente nova, que venha com perspetivas de crescimento e desenvolvimento em Portugal, mas que o faça por opção, não por obrigação“, considerou, ilustrando o avançado e capitão da seleção nacional Cristiano Ronaldo como um dos “grandes embaixadores lusos nascidos no futebol”.

Antes de ser nomeado ministro da Economia do XXIV Governo Constitucional, Pedro Reis liderou a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), entre 2011 e 2014, ocupando posições de destaque em instituições financeiras e de consultoria.

Temos uma carga fiscal excessiva, que estrangula e asfixia a economia e as famílias. Só há um caminho, que é a sua redução transversal.

Pedro Reis

Ministro da Economia

“O próximo ano pode ser interessante para a economia portuguesa na captação de investimento. Em relação ao futebol português, que continue com os resultados e sucessos que tem e com profissionalização, dinâmica e ambição, porque está mesmo a ajudar a economia. Aliás, isso não é um desejo, é um agradecimento”, endereçou.

O ministro da Economia indicou os EUA como um dos mercados preferenciais na atração de capital, tal como Alemanha, França e Reino Unido na Europa, Coreia do Sul e Japão na Ásia oriental, e os seis estados integrados no Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – Arábia Saudita, Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omã e Qatar.

“Temos uma carga fiscal excessiva, que estrangula e asfixia a economia e as famílias. Só há um caminho, que é a sua redução transversal. A fiscalidade é um dos navios almirantes da captação de investimento. Fico perplexo que tenhamos de advogar porque é que é preciso baixar o IRS? Devíamos estar a discutir o quanto é preciso baixá-lo e em que ritmo”, terminou.

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