O sistema core moderno soluciona os desafios internos

  • Vincent Van de Winckel
  • 15 Setembro 2024

Vincent Van de Winckel, retoma a importância dum sistema core moderno na transformação digital da indústria seguradora. E propõe uma check list para abordar a totalidade do processo.

Para alcançar os seus objetivos corporativos, satisfazer os seus stakeholders e responder às necessidades e expectativas dos clientes em constante mudança, a organização enfrenta pressão do mercado (ver artigo anterior: A pressão do mercado dita a modernização dos Sistemas) e desafios internos que podem ser favoravelmente abordados por um sistema central de seguros moderno. Esses desafios ou pain points são válidos para a organização como um todo ou específicos a áreas funcionais.

Desafios comuns enfrentados pelas organizações

De modo geral:

  • Melhorar a experiência do cliente;
  • Centrar-se no cliente e criar ofertas personalizadas;
  • Garantir uma inovação estruturada e efetiva em termo de custo em toda a cadeia de valor;
  • Assegurar a conformidade, incluindo o alinhamento com Solvency II, nas operações diárias;
  • Manter a competitividade e aumentar a quota de mercado;
  • Capturar e analisar dados para obter insights sobre clientes, ofertas e processos;
  • Automatizar processos, torná-los mais rápidos e reduzir custos;
  • Escalar com o mesmo número de colaboradores;
  • Autonomia da IT para inovar;
  • Monetizar oportunidades de ecossistemas.

Proporcionar um Seguro como Serviço (Insurance as a Service)

Sales & Marketing:

  • Aceder a novos canais de distribuição e parcerias;
  • Criar produtos flexíveis com um tempo de lançamento rápido;
  • Ter uma proposta de valor forte tanto para parceiros de distribuição como para o cliente final;
  • Fidelizar clientes e aumentar o seu envolvimento.

Obter uma visão de 360º dos clientes

Subcrição:

  • Utilizar o big data para garantir a micro-segmentação e subscrição de novos produtos inovadores;
  • Mais pontos de dados para uma melhor tarifação e subscrição.

Aumentar a prevenção e a proximidade com o cliente

Gestão de sinistros:

  • Melhorar a experiência do cliente na gestão de sinistros;
  • Gestão de sinistros automatizada e de baixo custo;
  • Reduzir fraudes.

Novos triggers de sinistros (UBI, paramétrico, etc.)

IT:

  • Dívida técnica;
  • Falta de recursos especializados em linguagens de programação legadas;
  • Falta de APIs e capacidades de integração.

Serviços de suporte

Analisar e automatizar processos:

Uma dificuldade significativa para muitas seguradoras tradicionais é a dívida técnica associada aos sistemas legados, que continua a crescer[i] e ocupa uma grande parte do pessoal de TI “apenas para manter as luzes acesas” – como refere a McKinsey[ii] – impedindo-os de trabalhar na inovação.

Resumindo: É tempo para uma plataforma de seguros moderna

Para corresponder melhor às necessidades e expectativas dos clientes em evolução, enfrentar a concorrência de novos entrantes mais tecnológicos e ágeis, ser competitivo e evitar perder lentamente, mas de forma segura, a sua posição no mercado, as seguradoras devem adaptar os seus processos e inovar. No passado, a inovação consistia em grande parte em alterar coberturas e processos, mas num mundo onde pessoas e coisas estão cada vez mais conectadas, a inovação tornou-se muito mais tecnológica.

Um estudo da Forrester sublinha que “para se destacar num mar de seguradoras que oferecem produtos semelhantes, 79% dos inquiridos acreditam que o desempenho dos seus sistemas centrais diferencia as suas empresas no vasto mercado de seguros e outros 62% acreditam que as suas iniciativas de modernização dos sistemas centrais são o componente mais crítico das suas estratégias de negócios digitais”. No entanto, o mesmo estudo indica que as organizações muitas vezes não estão a modernizar os seus sistemas centrais na sua totalidade devido à falta de competências e à escala da tarefa. Portanto, quanto mais tempo esperarem, maior será a lacuna.

Razões invocadas para não modernizar o sistema core

 

A recompensa para as seguradoras é grande. A McKinsey mostra que os ganhos potenciais são[i]: aumento de 0,5 a 1% no GWP e retenção, 42% na produtividade das operações e 41% nos custos de TI. Além desses ganhos diretos quantificáveis referidos pela McKinsey, um aspeto importante da adoção de um sistema central ou plataforma moderna é a abertura e flexibilidade que torna a inovação muito mais fácil para a organização.

Nota: Este artigo é o 3º duma série dedicada à necessária transformação digital em curso nos seguros. Ao longo de meia dúzia de artigos a serem publicados entre julho e outubro, a série destaca os fatores chaves do processo de transformação das seguradoras, que passa, inexoravelmente, pela modernização do sistema central. Pretende-se, assim, dar dicas e pontos de vista que, se espera, alimentem a reflexão dos decisores cujo papel é equipar a sua organização para o sucesso.

[i] In: McKinsey & Cy, Reaching the next normal of insurance core technology, p.112

[i] From 2012 to 2017, technology’s average share of operating costs rose by 24 per cent (for P&C) and 12 per cent (for life) – In: Tonia Freysoldt, Sylvain Johansson, Christine Korwin-Szymanowska, Björn Münstermann, and Ulrike Vogelgesang, “Evolving insurance cost structures,” April 11, 2018, McKinsey.com
[ii] In: McKinsey & Cy, Reaching the next normal of insurance core technology, p.72

[1] From 2012 to 2017, technology’s average share of operating costs rose by 24 per cent (for P&C) and 12 per cent (for life) – In: Tonia Freysoldt, Sylvain Johansson, Christine Korwin-Szymanowska, Björn Münstermann, and Ulrike Vogelgesang, “Evolving insurance cost structures,” April 11, 2018, McKinsey.com

[1] In: McKinsey & Cy, Reaching the next normal of insurance core technology, p.72

[1] In: McKinsey & Cy, Reaching the next normal of insurance core technology, p.112

  • Vincent Van de Winckel
  • Consultant & TDI Ambassador for Europe

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