Incêndios na zona de Aveiro obrigam ao corte das autoestradas A1, A25 e A29
Há várias habitações a arder em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, devido ao incêndio que começou no concelho vizinho de Sever do Vouga. Portugal já pediu meios adicionais a Bruxelas.
Os incêndios que lavram no distrito de Aveiro estão esta segunda-feira a motivar cortes nas autoestradas A1, A25 e A29, estando a GNR a apelar para que os automobilistas não circulem nas zonas dos fogos.
“Os condutores devem abster-se de circular nas vias em direção a Aveiro. É a melhor forma de manterem a integridade física e não colocarem em perigo a vida“, disse à Lusa o major Vítor Ribeiro, da GNR de Aveiro, cerca das 9 horas.
Segundo a mesma fonte, as alternativas às três autoestradas cortadas no distrito “são muito voláteis e escassas”. “Atendendo ao vento e aos focos de incêndio que estão a surgir, é muito difícil darmos alternativas que não coloquem em risco a vida das pessoas. Portanto, o que aconselho neste momento é não circular”, acrescentou.
Há casas a arder em Albergaria-a-Velha
Várias habitações estão a arder em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, devido ao incêndio que começou no concelho vizinho de Sever do Vouga, informou fonte da autarquia.
“Neste momento já temos casas a arder. Temos na Cruzinha a arder uma casa e outra na vila das Laranjeiras. São casas de primeira habitação“, disse à Lusa o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro. O autarca referiu ainda que as autoridades já procederam à evacuação do bairro Brandão Gomes e foi também pedido para evacuar o lugar da Cruzinha.
A Câmara decidiu ainda que esta segunda-feira não iria haver aulas, tendo sido marcado um ponto de encontro para a população junto ao cinema no centro de Albergaria, referiu António Loureiro. “Neste momento temos o fogo com várias projeções por todo o concelho. Não temos meios. Neste momento, um dos grandes dramas é a falta de meios“, disse o autarca, adiantando que os meios aéreos ainda não estão ativos. A A25 e o Itinerário Complementar (IC) encontram-se cortados ao trânsito naquela zona.
Pelas 8h50, segundo a informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam a combater este incêndio que deflagrou na tarde de domingo 168 operacionais, apoiados por 57 viaturas. Uma grande nuvem de fumo cobre neste momento a cidade de Aveiro.
O Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil de Aveiro foi ativado por volta das 08:45 na sequência da “grave situação” desencadeada pelos incêndios florestais que estão em curso no distrito de Aveiro, informou fonte da Proteção Civil.
Portugal pede meios adicionais a Bruxelas
Entretanto, Portugal pediu à União Europeia (UE) um reforço de meios para combater os incêndios que lavram no distrito de Aveiro e para reforçar as capacidades no território continental, confirmou à Lusa fonte da Comissão Europeia.
Um porta-voz do executivo comunitário disse que ao final da manhã chegou um pedido de Portugal, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, para um reforço dos meios, numa altura em que lavram incêndios no distrito de Aveiro e Portugal continental está em estado de alerta por causa do risco de fogos.
A mesma fonte não confirmou que tipo de meios solicitou o Governo português, indicando que a proposta está a ser avaliada para corresponder ao que pedido feito.
Perigo máximo de incêndio rural em mais de 100 concelhos do continente
Esta segunda-feira, mais de uma centena de concelhos estão em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.
Em perigo máximo de incêndio estão mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.
Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o IPMA.
Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
A temperatura máxima mais elevada prevista para esta segunda-feira será alcançada em Évora e Santarém com 37, seguida de Beja, Leiria e Lisboa com 35, Portalegre, Castelo Branco e Braga com 34.
Por causa do calor, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, pelo menos até às 18 horas desta segunda-feira. O aviso amarelo é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.
Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para segunda e terça-feira.
Numa conferência de imprensa em Carnaxide, Oeiras, no domingo, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, apelou mais uma vez aos cidadãos que colaborem com as autoridades e evitem comportamentos de risco nestes dias, adotando medidas de proteção face a eventuais situações de perigo.
O responsável destacou que os próximos dias terão um risco extremo de incêndio na generalidade do território continental, pelo que pediu “tolerância zero ao uso do fogo e adequação dos comportamentos face ao perigo de incêndio rural”.
A ANEPC emitiu avisos à população, através de SMS, sobre o perigo de incêndio rural.
Além dos 14 mil operacionais já no terreno, o nível de alerta máximo (vermelho) implica o reforço do dispositivo com mais 682 homens em alguns pontos estratégicos.
Após o alerta das entidades de proteção civil, também o Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente até às 23h59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.
A Situação de Alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais, proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).
(Notícia atualizada às 12h com mais informações)
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