Administradores financeiros em Portugal “mais otimistas” com futuro das empresas
45% dos administradores financeiros das empresas em Portugal estão "mais otimistas" em relação às perspetivas para as suas empresas. A nível global, apenas 36% dos CFOs está "mais otimista".
Quase metade dos administradores financeiros (CFO) das empresas em Portugal (45%) estão “mais otimistas” em relação às perspetivas financeiras das suas empresas do que há três a seis meses. Esta é uma das conclusões da última edição do CFO Survey da Deloitte, que revela ainda que apenas 16% afirma estar “menos otimista”. A nível global, apenas 36% dos CFOs está “mais otimista”.
“Isto significa que o sentimento dos CFOs em Portugal recuperou, com o saldo líquido da confiança das empresas, que mede a diferença entre a percentagem de respostas positivas e negativas, a aumentar para mais 29%, um aumento significativo comparativamente à edição de outono de 2023 deste estudo, bem como comparando com os CFOs na Europa”, revela a Deloitte.
Embora o otimismo ainda esteja abaixo dos níveis anteriores à guerra na Ucrânia, os administradores financeiros estão mais otimistas do que o período anterior à pandemia Covid-19, tendo um sentimento mais positivo. Ainda assim, o estudo alerta que permanecem “cautelosos, vigilantes, resilientes e proativos diante de um cenário de incerteza”.
“Os CFOs tanto na Europa como em Portugal mostram sinais de otimismo, mas permanecem cautelosos. No atual contexto geopolítico e económico, os CFOs deverão permanecer vigilantes à medida que surgem riscos geopolíticos, resilientes para lidar com a incerteza e proativos para repensar novas estratégias para aproveitar da melhor forma oportunidades de mercado, e continuar o caminho de fortalecimento do papel do CFO nas organizações”, revela Nelson Fontainhas, partner da Deloitte e responsável pelo estudo em Portugal.
Face ao cenário de elevados níveis de inflação e políticas monetárias restritivas que influenciaram o poder de compra, a procura por bens e serviços e os custos de financiamento, os níveis de incerteza no futuro permanecem “elevados”, com o risco geopolítico a emergir como a principal preocupação dos CFOs em Portugal nos próximos 12 meses, revelam.
Cerca de 60% dos diretores financeiros inquiridos acredita que os riscos geopolíticos possam “prejudicar a sua capacidade de atingir os objetivos estratégicos”. Entre esses eventos está a invasão da Ucrânia e o aumento de ransomware e ataques cibernéticos.
Apesar de otimistas, os CFOs em Portugal optaram por estratégias expansionistas em detrimento de estratégias defensivas. Entre as principais estratégias para os próximos 12 meses está a digitalização, o crescimento orgânico, o aumento dos fluxos de caixa operacionais e o crescimento nos mercados existentes.
Outro dos números deste estudo revela que o papel do CFO em Portugal se fortaleceu nos últimos cinco anos. Quase dois terços reportam que as suas responsabilidades aumentaram nos últimos cinco anos em áreas como a gestão de risco (62%), transformação digital (58%), ESG (54%) e governança de dados (50%).
“Seguindo a mesma tendência, quase três em cada quatro CFOs em Portugal (70%) relataram que a sua influência aumentou de alguma forma ou até significativamente no conselho de administração“, lê-se.
Em termos globais, o saldo líquido da confiança das empresas aumentou para mais 16, contra menos 12 no outono de 2023 e acima da média de três desde o início do inquérito em 2015. “Isto indica que as perspetivas estão, em geral, a melhorar para os CFOs europeus, mas muitos continuam cautelosos”, referem.
O sentimento recuperou em 12 dos 13 países inquiridos, sendo a exceção a Irlanda uma vez que no país o sentimento já era positivo e manteve-se inalterado num nível elevado.
Os dados deste estudo foram recolhidos entre março e abril e contaram com a resposta de 1.333 administradores financeiros em 13 países da Europa de diversos setores.
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