Economia dos EUA resiste, mas emprego continua a cair. Confiança dos empresários cai para mínimos de dois anos

Maior economia do mundo continua a crescer à boleia dos serviços, mas mercado laboral apresenta sinais preocupantes e a confiança dos empresários cai para mínimos de dois anos com incerteza política.

A economia dos EUA continua a demonstrar resiliência, de acordo com os mais recentes dados do S&P Global Flash US Composite PMI, calculado pela S&P Global. O relatório, divulgado esta segunda-feira, revela que “a atividade empresarial norte-americana manteve um crescimento robusto em setembro, sinalizando uma expansão económica sustentada ao longo do terceiro trimestre”.

O índice composto de produção situou-se nos 54,4 pontos em setembro, ligeiramente abaixo dos 54,6 registados em agosto, mas ainda indicando uma forte expansão. É importante notar que qualquer valor acima de 50 pontos deste índice indica crescimento.

Segundos os analistas da S&P Global, este desempenho foi principalmente impulsionado pelo setor dos serviços, que “cresceu a um ritmo sólido, registando o segundo valor mais elevado dos últimos 29 meses.”

Em contraste, o setor da indústria transformadora continuou a enfrentar dificuldades no mês de setembro. O relatório indica que “a produção caiu pelo segundo mês consecutivo, embora a um ritmo mais lento do que em agosto”. Esta disparidade entre os setores de serviços e manufatura ilustra a natureza desigual da recuperação económica atual.

Mercado laboral em queda

Apesar do crescimento robusto da atividade económica, o mercado de trabalho norte-americano apresenta sinais preocupantes. O relatório destaca que “o emprego caiu pelo segundo mês consecutivo em setembro, tendo agora diminuído em quatro dos últimos seis meses.”

Esta tendência de queda no mercado de trabalho é particularmente acentuada no setor industrial, onde “os cortes de pessoal atingiram o ritmo mais rápido desde junho de 2020, excluindo o período da pandemia”, destaca o relatório. Isto sugere que as empresas estão a adotar uma postura mais cautelosa relativamente à contratação, possivelmente em resposta à incerteza económica e política.

Os últimos dados do S&P Global destacam também uma nova aceleração da inflação, notando que “os preços cobrados por bens e serviços aumentaram ao ritmo mais rápido dos últimos seis meses”.

Este aumento foi impulsionado por custos mais elevados, especialmente no setor dos serviços, onde “o crescimento dos custos atingiu um máximo de 12 meses, frequentemente associado à necessidade de aumentar os salários”.

Este comportamento dos preços pode representar um desafio para a Reserva Federal dos EUA (Fed), que tem procurado equilibrar o controlo da inflação com o apoio ao crescimento económico, como ficou espelhado pelo corte de 50 pontos base das Fed Funds na semana passada.

Apesar do crescimento robusto, o otimismo das empresas quanto ao futuro diminuiu acentuadamente. O relatório indica que a confiança empresarial “atingiu o nível mais baixo desde outubro de 2022”. Esta deterioração da confiança foi liderada pelo setor dos serviços, “em meio a preocupações com as perspetivas económicas e a procura, frequentemente associadas à incerteza em torno das próximas eleições presidenciais”.

Embora a economia dos EUA continue a mostrar resiliência, os desafios persistem, especialmente no mercado de trabalho e nas pressões inflacionistas. A incerteza política e económica poderá continuar a influenciar o sentimento empresarial nos próximos meses, tornando crucial a monitorização contínua destes indicadores económicos.

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