O novo rumo das viagens de negócios

  • Afonso Freitas e Costa
  • 14:00

A adaptação às novas formas de mobilidade não é apenas uma questão de economia e de sustentabilidade, mas uma estratégia inteligente para maximizar o valor das nossas deslocações.

As viagens de negócios, imprescindíveis para o sucesso empresarial, estão a passar por uma fase de reinvenção à medida que nos adaptamos ao mundo pós-pandemia. Afinal, os últimos anos trouxeram mudanças radicais, e a ascensão do trabalho remoto e híbrido alterou permanentemente a forma como trabalhamos.

Com o isolamento social, as empresas viram-se forçadas a adotar novas formas de comunicação, recorrendo a ferramentas digitais para reuniões que antes exigiam deslocações. Ora, o que começou como uma solução temporária, acabou por se tornar numa prática consolidada.

A realidade económica atual, marcada por pressões inflacionistas e incertezas, também obriga as empresas a um controlo mais rigoroso dos custos. Não se trata apenas de poupar dinheiro, mas de garantir que cada euro gasto em viagens tenha um retorno tangível, seja na forma de receitas, seja na consolidação de relações estratégicas. E o que digo não são suposições. Basta, aliás, olhar para dados recentes publicados pela Deloitte, que indicam que 70% das empresas ponderam agora a necessidade destas viagens com base nas tais receitas que estas possam gerar, nos custos associados, e também nas emissões e outros riscos.

Apesar desta reavaliação, as viagens são importantes para o crescimento das empresas. A meu ver, não há nada que substitua o contacto direto e a construção de relações pessoais. A presença física pode ser decisiva para fechar negócios, resolver questões complexas e construir uma confiança mais profunda com clientes e parceiros. Não obstante, para responder às dificuldades económicas e às preocupações ambientais, é preciso repensar as formas de mobilidade escolhidas para estas deslocações.

Há estudos que mostram que as empresas podem mitigar os custos de viagem em cerca de 25% ao optarem por pacotes de mobilidade empresariais, em vez de dependerem de serviços tradicionais de aluguer, por exemplo. Além de menos dispendiosas, as plataformas com este tipo de serviços têm evoluído para responder às necessidades de quem as procura, sendo já possível adicionar e agrupar colaboradores com facilidade, escalar políticas de viagem conforme o crescimento das equipas e consolidar todas as despesas de viagem numa única fatura – um tipo de conforto que antes não existia.

Também é cada vez mais notória a transição para formas de deslocação mais sustentáveis, como trotinetes e bicicletas elétricas, em distâncias curtas. Neste contexto, os transportes públicos também representam uma opção eficiente e amiga do ambiente.

Em suma, a prioridade nas viagens de negócios passa por torná-las mais eficientes e alinhadas com as necessidades de cada empresa. A adaptação às novas formas de mobilidade não é apenas uma questão de economia e de sustentabilidade, mas uma estratégia inteligente para maximizar o valor das nossas deslocações.

  • Afonso Freitas e Costa
  • Responsável da Bolt Business em Portugal

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