Fidelidade lança centro para estudo das alterações climáticas
O centro vai abordar os riscos específicos das alterações climáticas em Portugal e as suas principais áreas de atuação incluem incêndios, vulnerabilidades das habitações e inundações.
A Fidelidade lançou esta segunda-feira um centro de investigação dedicado às alterações climáticas – denominado Impact Center for Climate Change (ICCC) – que promete divulgar o conhecimento científico produzido com a sociedade e agentes políticos.
“A nossa missão é criar uma plataforma de partilha ideal sobre o conhecimento [com base científica] relacionado com alterações climáticas”, assinalou Rui Esteves, diretor de Estatística e Estudos Técnicos Não Vida da Fidelidade, no evento de lançamento do centro que teve lugar no Pavilhão do Conhecimento esta segunda-feira.
Segundo Rui Esteves, o plano de ação do centro alinha-se com as matrizes de gestão de riscos: debruça-se sobre a perigosidade, exposição e vulnerabilidade aos riscos climáticos, assim sobre sobre a capacidade de resposta e sensibilização e a capacidade de recuperação.
Com o centro pretende-se gerar valor com “conhecimento técnico”, ou seja, “a capacidade de reintegrar o conhecimento acrescido para a gestão da atividade seguradora”; “sensibilização” no âmbito de divulgar o conhecimento e auxiliar as empresas suas clientes a fixar metas de neutralidade carbónica. Assim como utilizar os conhecimentos adquiridos para ajudar a desenvolver regulamentação para que as vulnerabilidades sejam limitadas, explicou diretor de Estatística e Estudos Técnicos Não Vida da Fidelidade.
O centro vai abordar os riscos específicos das alterações climáticas em Portugal e as suas principais áreas de atuação incluem incêndios, vulnerabilidades das habitações e inundações.
Foram vários os motivos que levaram ao surgimento deste projeto, desde a vulnerabilidade das famílias e empresas aos riscos climáticos até à exposição da Fidelidade aos riscos das alterações climáticos internacional, uma vez que opera em 14 países, estando exposta aos “tufões da Ásia até aos efeitos do El Niño na América do sul, passando pelas inundações em Moçambique”, assinalou Rui Esteves.
No mesmo evento, o CEO da Fidelidade, Rogério Campos Henriques, aproveitou para salientar que a seguradora está a lançar “um fundo florestal para gerar créditos de captura de carbono, investindo em soluções baseadas na natureza, para compensar as emissões residuais que venhamos a ter”.
ICCC junta jornalistas, empresários e entidades públicas. Porquê?
O ICCC conta com patrocínio dos órgãos de gestão da Fidelidade (conselho de administração e comissão executiva), com as competências das equipas internas da companhia e também com a parceria com atores públicos e privados como universidades, centros de investigação, entidades públicas, resseguradores e consórcios internacionais.
Juntamente com os agentes mencionados, o centro conta com Tomé Pedroso, assessor da comissão executiva da Fidelidade e, com Rui Esteves, ambos co-coordenadores do ICCC, responsáveis de propor estratégias e orçamentos para coordenar o centro, e com um Conselho Consultivo encarregado de assegurar a orientação estratégica e a qualidade do conhecimento produzido.
O Conselho Consultivo conta com a perícia de Andrew Revkin, jornalista com cerca de quarenta anos de carreira dedicado ao reporte do clima e desafios da sustentabilidade; Butch Bacani, diretor da área seguradora do Programa Ambiental das Ações Unidas e liderou a criação do Fórum para a Transição de Seguros para Net Zero; Júlia Seixas, professora na Universidade Nova de Lisboa, que exerce funções de pró-reitora para a área de sustentabilidade desde 2021; Nuno Oliveira ecologista e sócio-gerente e CEO da NBI – Natural Business Inteligence; Luísa Schimidt, socióloga e investigadora coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa que dedica a sua carreira à área do ambiente e alterações climáticas; e Pedro Matos Soares professor auxiliar do departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia e investigador principal do Instituto Dom Luiz da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que tem investigado sobre modelação climática, alterações climáticas e energia e sustentabilidade.
A seguradora vê no centro um meio para reforçar o seu compromisso em enfrentar os desafios emergentes das alterações climáticas. Compromisso que já lhe valeu classificação de segunda melhor seguradora da Europa e a quarta melhor do mundo em termos de sustentabilidade (em 304 avaliadas), no mais recente estudo sobre a temática da consultora Morningstar Sustainalytics. É também a única seguradora portuguesa a integrar o Fórum para a Transição de Seguros para Net Zero, convocada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
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