Sonae Sierra faz “check-in” no imobiliário hoteleiro com Hilton no centro do Porto

É o primeiro ativo do braço imobiliário da Sonae no setor da hotelaria. Cénica Porto Hotel, Curio Collection by Hilton estreia veículo de investimento com a americana PGIM. Lisboa e Algarve na mira.

O Cénica Porto Hotel, Curio Collection by Hilton, um hotel de cinco estrelas com 126 quartos e abertura prevista para as próximas semanas, é o primeiro investimento da Sonae Sierra em ativos no setor da hotelaria, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa liderada por Fernando Guedes de Oliveira.

A aquisição do imóvel situado no número 156 da Rua de Gonçalo Cristóvão, na zona da Trindade, junto ao Silo Auto e ao antigo edifício do Jornal de Notícias, marca a estreia do novo veículo de investimento criado este ano pelo braço imobiliário da Sonae em parceria com a gigante norte-americana PGIM, que gere os investimentos imobiliários da seguradora Prudential.

“Após a primeira aquisição do Porto, estamos neste momento a avaliar opções na região de Lisboa e também no Algarve, dois mercados dinâmicos e com oportunidades. Acompanhamos de perto este setor [hoteleiro] com o objetivo de melhorar a oferta existente e acrescentar valor”, refere a mesma fonte, prometendo para “breve” o anúncio de mais projetos em território nacional a integrar neste veículo, antes da expansão para Espanha.

Estamos neste momento a avaliar opções na região de Lisboa e também no Algarve, dois mercados dinâmicos e com oportunidades. Em breve anunciaremos mais projetos que serão integrados nesta joint-venture.

Fonte oficial da Sonae Sierra

Assumindo o “objetivo de adquirir e gerir ativamente hotéis em destinos turísticos consagrados no país”, a colaboração com a PGIM Real Estate “centrar-se-á em hotéis de dimensão considerável e procurará implementar estratégias para maximizar a criação de valor”, indica ainda a Sonae Sierra, que ficou com uma participação de 10% nesta joint-venture que prevê atingir um valor bruto de ativos (GAV) próximo de 200 milhões de euros com os primeiros “quatro a cinco hotéis”.

“O mercado hoteleiro é, desde há muito, um setor chave para a economia ibérica, sendo Portugal um dos principais mercados hoteleiros do sul da Europa, com uma procura internacional crescente e um potencial de melhoria significativo para responder às exigências da procura internacional”, completa a gestora do fundo Sierra Prime, que acaba de assumir o controlo exclusivo do NorteShopping, antes detido em conjunto com o norte-americano TIIA Group.

Cénica Porto Hotel, Curio Collection by Hilton

Foi a 2 de outubro que a Hilton anunciou a assinatura de um acordo de franchising para o Cénica Porto Hotel, a sua terceira propriedade na Invicta — as outras são o Sé Catedral Hotel Porto e o Arts Hotel Porto. A cadeia turística indicou ao ECO que tem atualmente 12 unidades já em funcionamento em Portugal e outras tantas em pipeline.

Em comunicado, o vice-presidente do grupo para a região EMEA, Patrick Fitzgibbon, expressou “entusiasmo” com mais esta inauguração numa cidade que em 2023 registou quase seis milhões de estadias, “o que comprova a popularidade deste destino entre os viajantes”.

20 veículos de investimento, dos CTT à Alemanha

Em abril, Fernando Guedes de Oliveira enquadrou esta parceira na estratégia de diversificação em termos de setores e de ativos e explicou que “mais do que a construção, o foco está no reposicionamento de hotéis já em operação, para diferentes segmentos ou clientes-alvo”. Fora da equação está a criação de uma marca. “Não estamos à procura da operação do hotel, o que queremos é comprar o imobiliário. A operação pode ficar a cargo de cadeias internacionais ou de equipas locais”, indicou na altura o CEO.

A expansão do negócio de investment management, com a criação de veículos de investimento fora dos centros comerciais e com novos investidores, foi um dos vetores da nova estratégia traçada em 2021 pela Sonae Sierra, a par da retoma da atividade de promoção imobiliária, da expansão das plataformas de prestação de serviços ou da criação de valor no portefólio de centros comerciais na Europa, mais do que construir novos shoppings.

Nesta área do investment management, contabilizou o CEO durante a apresentação de resultados na Maia, a Sierra tem perto de sete mil milhões de euros de ativos sob gestão, calculando um crescimento de 68% fora do perímetro dos centros comerciais em relação a 2021. Gere um total de 20 veículos de investimentos e reclama um lugar na lista dos 150 maiores gestores de imobiliário mundialmente.

Fernando Guedes de Oliveira, CEO da Sonae Sierra

Entre esses novos veículos está a Sierra Food Retail Management com investidores alemães; a compra do lisboeta Atrium Saldanha com o Bankinter; o veículo com os CTT para gerir mais de 400 imóveis de logística ou retalho do património imobiliário dos correios; ou a criação da Ores Alemanha em fevereiro deste ano, igualmente com o Bankinter como parceiro, para espaços comerciais no mercado alemão.

A Sierra assumiu o objetivo de expandir o negócio de gestão de fundos de investimento, propondo-se a aumentar o total de ativos sob gestão de 8 mil milhões de euros em 2021 para 10 mil milhões de euros em 2025, triplicando assim a exposição nas áreas que não são centros comerciais (para 3 mil milhões) neste prazo de quatro anos. “Vamos lá chegar rapidamente”, vaticinou o gestor.

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