Riopele passa a dar folgas extra a trabalhadores que não faltem

Dos atuais 1.100 trabalhadores da Riopele, cerca de 200 têm agora a possibilidade de escolher o seu horário. Os demais passam a ter direito a duas folgas extra, se não derem faltas.

A três anos de celebrar o seu primeiro século, a Riopele decidiu inovar nos benefícios oferecidos aos trabalhadores para, por um lado, fidelizá-los e, por outro, promover a melhor conciliação entre a vida pessoal e profissional.

Dos atuais 1.100 empregados, cerca de 200 passaram a ter a possibilidade de escolher o seu horário, enquanto os demais (a maioria) vão ter direito duas folgas extra se não faltarem ao trabalho, adiantou ao ECO a diretora de recursos humanos, Cláudia Queirós.

“Temos um grupo, que é o maior, que não pode escolher os horários de trabalho. Achámos que faria sentido encontrar uma alternativa para que se sentissem mais motivados“, explica a responsável, em conversa com o ECO.

Essa alternativa foi a atribuição de dois dias de folga extra, que se somarão aos habituais dias de férias, mediante o cumprimento de critérios de assiduidade. “É para os que não têm faltas“, precisa Cláudia Queirós.

Assim, os trabalhadores que não faltem ao trabalho durante este semestre vão ter direito a um dia extra de descanso no arranque do próximo ano. Se se mantiverem sem faltas entre janeiro e junho terão direito a mais um dia. E assim sucessivamente.

Ou seja, “são dois dias, mas é um ao fim de cada semestre“, indica a diretora de recursos humanos, que aponta esta política também como uma forma de desincentivar “aquelas faltas que não são tão necessárias”.

Com isto, queremos fazer para diminuir aquelas faltas que não são tão necessárias, contribuir para aumentar a assiduidade e reduzir o absentismo.

Cláudia Queirós

Diretora de recursos humanos da Riopele

Já para os cerca de 150 a 200 trabalhadores cujas funções são compatíveis com maior flexibilidade nos horários, a novidade não são as folgas extra, mas a possibilidade de escolherem a hora a que entram e saem das suas funções.

“O horário padrão que tínhamos era das 9h às 18h. Continua a ser o horário privilegiado. Ou seja, a empresa, na sua grande maioria, nas áreas de suporte, funciona das 9h às 18h. Em cada departamento tem de haver alguém nesse horário. Mas criamos três horários alternativos“, avança Cláudia Queirós.

Assim, os trabalhadores que até agora têm entrado às 9h e saído às 18h passam a poder escolher entrar às 8h e sair às 17h, entrar às 8h30 e sair às 17h30 ou entrar às 9h30 e sair às 18h30. No mínimo, têm de cumprir dois meses no horário selecionado para “perceberem se faz sentido” mas, findo esse período, podem voltar a mudar.

De acordo com a diretora de recursos humanos, 60 empregados já escolheram mudar de horário, sendo agora “natural que os outros vão mudando à medida que vão sentido essa necessidade”. “Muitos pais estavam a aguardar os horários dos filhos para ponderarem se têm necessidade ou não para mudar de horários“, comenta a responsável.

Criámos três horários alternativos face ao padrão. Permitem ao trabalhador maior flexibilidade e aos departamentos terem um período mais alargado.

Cláudia Queirós

Diretora de recursos humanos da Riopele

Além disso, a partir deste mês, este grupo de trabalhadores (os tais 150 a 200 empregados) vai poder experimentar o regime híbrido (entre o trabalho presencial e o trabalho remoto). “Nesta primeira fase será apenas com um dia de trabalho em casa“, salienta Cláudia Queirós, que alerta que, sendo a Riopele uma empresa industrial, “dificilmente” abraçará o regime 100% remoto um dia.

Estas medidas, convém ressalvar, estão sujeitas a um período experimental, sendo que a ideia não é regredir, mas perceber se funcionam e se, no futuro, os trabalhadores podem até ter mais flexibilidade, adianta a diretora de recursos humanos.

“No fundo, também é uma forma de ajudar os trabalhadores a terem um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Por outro lado, dá-nos maior capacidade de atração e contratação, porque a Riopele é têxtil, mas competimos os players, quando estamos a contratar“, acrescenta a mesma responsável, que admite, assim, dificuldades no recrutamento, ainda que realce que a própria história desta empresa quase centenária torna-a atrativa.

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