No Nomura, o menu completo custa 120 mil euros

Por 120 mil euros tem acesso ao menu completo do Nomura. Mas há menus para todas as carteiras. Não, não estamos a falar de um restaurante japonês de sushi. Falamos do banco de investimento nipónico que, com a proibição europeia em relação à cobrança de comissões por notas de research aos investidores, está a reorganizar a sua oferta de análise de mercados aos clientes.

Foi essa a quantia que aquele banco nipónico pediu em abril por uma “oferta premium” integrada: 120 mil euros por ano, de acordo com um documento de tabela de preços a que a Bloomberg teve acesso.

Embora o Nomura tenha dito que o preçário ainda não esteja definido e que está em negociações com os seus clientes, esta abordagem fornece pistas acerca da forma como os bancos e os seus clientes vão estabelecer um preço por um serviço em que raramente era exigido um pagamento.

O novo enquadramento legal MiFID II entra em vigor já a partir do dia 3 de janeiro, com o objetivo de acabar com conflitos de interesse porque vai exigir que os gestores de ativos separem as comissões de negociação dos encargos com research. Com estas mudanças, os bancos de investimento procuram agora um novo modelo de negócio para vender os seus serviços de análise de mercados a um preço que não afaste clientes, mas que não seja tão baixo ao ponto de o regulador os acusar de contornar as regras.

No menu do Nomura à disposição dos clientes encontram-se outras opções mais baratas: relatórios sobre o mercado cambial e assuntos económicos custam 60 mil euros. Notas de research sobre mercados emergentes ou um pacote de análise acerca do mercado de ativos de rendimento fixo e de crédito custa 80 mil euros.

À Bloomberg, um porta-voz do Nomura adiantou que os preços já mudaram entretanto, sem prestar mais comentários. De acordo com o site do Nomura, o banco dispõe de 300 analistas de research em todo o mundo.