Draghi assusta investidores. Mercados pintam-se de vermelho

Política expansionista dos bancos centrais pode ter os dias contados. As declarações de Mario Draghi fizeram subir os juros e pressionaram a generalidade das bolsas europeias.

As expectativas de uma política monetária mais contracionista por parte dos principais bancos centrais, com uma possível subida das taxas de juro e o consequente aumento do preço do dinheiro, está a penalizar fortemente o desempenho dos principais índices europeus. As recentes declarações em Sintra do presidente do BCE, Mario Draghi, interpretadas como um sinal de que os estímulos monetários podem ter os dias contados, fizeram subir os juros da dívida soberana também em Portugal, acabando por afugentar muitos investidores.

As yields da dívida nacional a dez anos cifravam-se em 3,042%, avançando seis pontos base para um patamar novamente acima dos 3%. Face a isto, as bolsas pintaram-se de vermelho, assim como a generalidade dos setores. O PSI-20, mesmo depois de um arranque positivo, fechou ainda assim a derrapar 0,89% para 5.141,44 pontos. A pesar na bolsa nacional esteve, sobretudo, a Mota Engil, que afundou 3,07% para 2,43 euros. Mas nem o BCP beneficiou deste cenário de política monetária, tendo caído 2,02% nesta sessão.

Desempenhos negativos também por parte da Navigator e da Corticeira Amorim, com perdas superiores a 2%, assim como da Nos, da Altri e da Jerónimo Martins, com recuos superiores a um ponto percentual. No campo da energia, um setor de peso no mercado de capitais português, a EDP caiu 0,80% para 2,87 euros e tanto a Galp Energia como a EDP Renováveis se mantiveram inalteradas face à sessão de quarta-feira.

A travar as perdas na bolsa estiveram as ações dos CTT. Os correios avançaram 1,25% com os títulos a cotarem agora nos 5,57 euros. Destaque positivo ainda para o Montepio, cujas unidades de participação avançaram 1,04% nesta sessão para 49 cêntimos.

No panorama europeu, o setor tecnológico foi o mais penalizado nesta sessão, algo explicado pelo alto endividamento destas empresas, às quais uma política monetária mais apertada seria mais desfavorável. Sob pressão estiveram igualmente os setores dos bens de consumo, da construção e da alimentação, todos eles com quedas entre 1,88% e 2,77%. Em contrapartida, o setor financeiro foi o que mais valorizou. O Stoxx 600 derrapou mais de 1,30%, enquanto nas restantes praças europeias as perdas se fixaram entre 0,46% e 1,90%.

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